Os produtos light podem ser os causadores de seu ganho de peso: veja o motivo

Para fechar a conta do emagrecimento a fórmula é simples: gaste mais do que consome. A gente é que fica criando meios de levar vantagem e acaba por sabotar a própria dieta.

Stael Ferreira Pedrosa

Se o negócio é cortar açúcar e carboidratos simples, não adianta pensar que vai enganar o metabolismo, ele não se deixa enganar. Não adianta muito trocar o refrigerante comum pelo light sem antes verificar o que ele tem de light. Talvez ele tenha menos sódio apenas e não menos açúcar.

Light significa que o produto em questão tem menor quantidade de determinado ingrediente (25% menos), que pode ser sódio, açúcar, gordura, etc. Não é um sinal verde para ingerir à vontade.

Os carboidratos

Considerados os responsáveis pela produção de energia, os carboidratos é que fazem a diferença quando se trata de emagrecimento. Por isso é importante descobrir a maneira como o corpo lida com essa substância, quais são os carboidratos que mais elevam o índice de açúcar no sangue – o índice glicêmico. Quanto mais sem fibras, refinado ou açucarado maior o índice glicêmico. Ao ingerir tais alimentos, como os pães, refrigerantes, doces, a resposta imediata do organismo é a liberação de insulina para colocar esse açúcar em forma de glicose dentro das células. E glicose armazenada é gordura corporal. Quanto mais armazena, mais tem.

É o índice glicêmico a grande diferença entre ganhar ou perder peso e mais ainda, entre o que é saudável e o que não é. Não adianta ingerir um produto light que tenha alto índice glicêmico. Você não perderá peso, pelo contrário, pode até ganhar.

Quando se troca, por exemplo, o iogurte integral pelo desnatado, ingere-se menos gordura, porém mais carboidratos.

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O Dr. Anis Mitri, nutrólogo, não é favorável à troca do integral pelo light (ou desnatado) quando se trata de gordura, já que essa não é o grande problema do emagrecimento e nem da saúde. Ele diz que: “muito se criticou a gordura de origem animal, durante vários anos, como no caso do ovo, camarão e manteiga. Hoje, a ciência sabe cada vez com mais clareza que o grande vilão é o carboidrato refinado (açúcares industrializados) e a gordura industrializada (gordura hidrogenada usada em diversos alimentos processados). Em pessoas saudáveis ou sem problemas na digestão de gorduras, como pacientes com colesterol alto ou problemas intestinais, recomendo o iogurte natural integral”.

Outro exemplo é trocar a banana pela melancia na hora do lanche. Pode não funcionar bem já que o índice glicêmico da banana é 52 ig e da melancia, 70 ig pela mesma quantidade em gramas.

O que olhar na hora da compra

Rótulos. Eles trazem informações que podem ajudar a decidir. Compare o light com o original. Olhe a quantidade de carboidratos no produto original e no light. Olhe também a quantidade de sódio. Alguns biscoitos light têm mais gordura que os originais para melhorar o sabor. O pior é que este tipo de gordura (vegetal, hidrogenada) faz mal. Você diminui o açúcar e ingere mais gordura ruim. Outros são adoçados artificialmente com sacarina ou aspartame que também fazem mal.

Não existe mesmo grandes segredos quando se trata de emagrecer. Quanto mais distante do industrializado for o cardápio da pessoa, mais distante também ela estará da obesidade e doenças relacionadas.

Há 100 anos era muito difícil ver uma pessoa obesa. Olhe suas fotos antigas. A grande industrialização é corresponsável pela epidemia de obesidade no mundo. Comia-se carnes, ovos, verduras, frutas e legumes orgânicos. Açúcar era de rapadura. Arroz era o pilado – socado no pilão, ou seja, integral, gordura, era de porco. Andava-se bastante, trabalhava-se ao sol (muita vitamina D) e bebia-se água. Doenças como diabetes e câncer eram raríssimas.

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Quer emagrecer bem e ter saúde? Esqueça os industrializados e siga a fórmula que nossos bisavós usavam. É a receita certa para promover a saúde e quem tem saúde não tem obesidade, nem ao menos sobrepeso.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.