Palmadas… São eficazes mesmo?

Há controvérsias. Para impor autoridade é necessário bater? Você não pode perder este artigo e estas dicas infalíveis!

Hevelyn Klegues

Quem ama educa. E há controvérsias que as palmadas educam.

Tenho conhecidos que castigam, alguns dão palmadas, outros dão cascudos. Confesso que em todos os casos pude ver o medo nos olhos das crianças. Então, decidi criar minha filha com respeito.

É certo que a educação começa em casa e no berço. Se os pais não impõem limites no filho desde bebê, ele com certeza se tornará uma criança e um adulto sem limites. É claro, tudo se começa de forma gradual. Vou explicar:

Um bebê, embora você explique e explique, ele não tem a capacidade de entender o que você diz, então, suas ações são muito mais eficazes. Se está quase na hora dele dormir, e ele tem a rotina de jantar, tomar banho e ser colocado na cama, e você está enrolada com seus afazeres e não preparou o banho ou a janta, o bebê sairá da rotina, isto o deixará estressado e ele saberá que algo está errado. Por mais que você explique que algo atrasou ou deu errado no seu dia, ele não vai entender. A única coisa que ele entende no momento é que ele está com sono e com fome e nada está pronto.

Então, para não ficar estressada ou irritada, o primeiro ponto é: Organize-se. Não adianta dar uma palmada no bebê neste momento. Ele está chorando e lhe deixando irritada, pois o que ele quer não está pronto.

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Se a criança já é um pouco maior e faz birra, é interessante a conversa. Não é bom que a criança sinta medo ou que apanhe porque quer um brinquedo que não pode ter. Explique porque ela não pode ter. Exponha todos os motivos. Se um dos motivos for a questão financeira, comece a administrar uma mesada (mesmo que seja dinheiro fictício) e cada coisa que ela quiser gastar você explica que sairá da mesada, então, quando ela quiser algo mais caro ela precisará juntar para adquirir. Assim, você ensinará a seus filhos o princípio de autossuficiência, e evitará brigas e birras em lojas e mercados toda vez que precisar sair.

Se seu filho for maior que um bebê e pequeno demais para entender sobre uma mesada, converse com ele. Temos o grande defeito de achar que as crianças são pequenas demais para entender o que falamos e explicamos. Explique a situação na linguagem da criança. Se ela quiser uma boneca, por exemplo, explique-a que naquele dia você não poderá comprar, mas enquanto vocês estão no mercado ela pode carregar a boneca. No entanto, na hora de ir embora, vocês precisarão devolver. Se você acha que a criança não entenderá esta explicação, você acha realmente que ela entende uma palmada?

A força geralmente não vem seguida de explicação. Ela sim, vem seguida de sentimentos como o medo, ameaça e insegurança. Quem o faz, se sente vingado; mas depois, culpado.

Então, por que não resolver os conflitos com uma boa conversa?

Se algo é recorrente, sente e converse antes de sair de casa. Não ache que algo será solucionado somente por estar acontecendo por várias vezes.

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Não deixe as coisas virarem uma bola de neve. O diálogo com seus filhos desde a primeira infância estreita relações e isto ajudará seu relacionamento lá na adolescência.

Crianças e adolescentes bem resolvidos consigo mesmos se tornam adultos mais confiantes, pois seus ciclos foram todos fechados.

Crianças que aprendem a dialogar com seus pais, pois adquirem confiança, não medo, são mais autoconfiantes.

Se em nosso trabalho, faculdade ou qualquer lugar que estamos inseridos alguém nos incomoda, irrita ou não age de acordo com o que estamos pedindo, nós precisamos aceitar ou falar novamente. Por que com nossas crianças queremos impor autoridade e bater? Dar palmadas? Cascudos?

Seria bem interessante ver em nosso trabalho nossos colegas dando cascudos uns nos outros ou nosso chefe sendo espancado.

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Fazemos isso com as crianças porque elas não têm poder de revidar, e no momento em que descarregamos nossa raiva e frustração de não termos sido ouvidos e obedecidos, descontamos este conflito em cima de alguém que não terá direito de revidar, ou tem. Você já viu uma criança de 3, 4 anos querendo bater na mãe? Eu já presenciei várias cenas tristes como esta.

A criança é um livro em branco. Ela tem seu senso comum sendo moldado a cada passo que damos. Costumo dizer, a cada grito, a cada palmada, ou, a cada conversa.

Se dialogamos, esta criança crescerá um adulto bem resolvido, pronto para as questões do mundo. Um pai amoroso que saberá respeitar sua mulher, e uma mãe bondosa e amável que saberá educar seus filhos. Reproduzimos o que vemos e ouvimos. O que queremos deixar para nossos filhos?

Muitas crianças se tornam agressivas, mordem, empurram e agridem outras, pois vivenciam a violência doméstica. Apanham por qualquer motivo, ou, sofrem bullying até mesmo dentro de suas casas.

Muito se enganam ao pensar que o bullying é feito somente por coleguinhas na escola. Muitos pais também praticam o bullying. Ele muitas vezes pode ser uma forma de palmada, uma palmada que não deixa marcas no corpo, mas na mente e na alma.

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Por outro lado, um dia minha filha chegou em uma sala que nunca havia ido antes, só havia crianças entre 2 e 3 anos lá. Ela estava agarrando minha mão como se implorasse por ajuda, e então, para minha surpresa, apareceu uma menininha que deveria ter uns 3 aninhos, mal falava. “Oi? Nicky eu”, disse ela. Imaginei que o nome dela era Nicky, e então ela estendeu a mão pra minha filha, a convidando para brincar.

E lá estávamos nós, novas no pedaço, no entanto, já interagindo com uma criança altruísta de 3 anos que poderia muito bem estar mais preocupada com pegar um brinquedo.

Nossos filhos são o que ensinamos, são o que somos, o que mostramos a eles.

Então, após alguns argumentos sem resultado, que tal perguntar: Você quer ficar de castigo? Ao invés de afirmar: Você vai apanhar! Quando nos encontrarmos em algum conflito dentro de casa ou em algum local onde estes pequenos não queiram nos dar atenção e não tenham a mínima vontade de obedecer outra vontade a não ser a deles.

Mas, não somente pergunte: demonstre autoridade, coloque o pequeno de castigo, retire algo temporariamente que ele goste. Desligue a televisão, o videogame, o brinquedo, qualquer coisa que ele esteja fazendo no momento. E, após o tempo estabelecido acabar, retorne, explique que o castigo acabou e explique novamente o motivo que o fez ficar de castigo. Faça as pazes, dê um abraço, peça um beijo. Esta com certeza é minha parte preferida!

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Hevelyn Klegues

Hevelyn Klegues é casada, mãe de uma boneca linda e formada em massoterapia. Seus principais livros de cabeceira são sobre como lidar com pessoas, como ser e formar líderes. Quando não está viajando, adora assistir a filmes e seriados de ação e suspense. Ama ler, passear ao ar livre e viajar com a família.