Por que eu não me sinto culpada por não fazer festas de aniversário extravagantes para meus filhos
A simplicidade de um bolo, brigadeiros e quatro ou cinco amiguinhos correndo pela casa podem fazer a alegria dos seus filhos. Experimente também.
Caroline Canazart
Lembro de ter participado de uma festa de aniversário que se transformou no exemplo do que eu nunca faria aos meus filhos. O convite marcava o início para as 8 horas da noite. Por ali já imaginei que não daria certo. Depois pensei melhor: “deve ser porque está calor, é verão. Vamos aproveitar!”. Pura ilusão. Chegamos na hora marcada. O aniversariante, que estava fazendo um aninho, já estava aos prantos. Minha filha caçula também.
A decoração era de cair o queixo. Tudo lindo e maravilhoso. Doces de todos os tipos, sabores e formatos. Realmente um luxo. Do lado de fora estavam as mesas para o jantar, uma tenda e umas 200 pessoas que não se entendiam direito. O som estava tão alto que ninguém se ouvia se não falasse gritando. Percebi que todas as crianças abaixo dos quatro anos estavam entediadas, cansadas, chorando ou tudo isso junto. Incluindo as minhas. Conclusão da noite: fomos embora menos de uma hora depois, sem cantar o “parabéns” e, pior, eu fiquei só na vontade de comer os docinhos.
Era uma bela festa… Para adultos. Ouvi dizer que terminou às quatro horas da manhã. Não consigo imaginar aonde que o pobre aniversariante foi parar no meio de tudo aquilo.
Festa para criança tem que ser festa de criança
Não me entendam mal, muito antes desse fatídico evento eu e meu marido já éramos adeptos de festinhas simples. Bolo, brigadeiro, cachorro-quente, pipoca, bolinha de sabão e balões, junto com familiares e alguns amiguinhos, fazem uma tarde de aniversário muito divertida em casa. Pode ser também no salão do prédio, durante o dia num parque perto de casa ou na escola.
Acredite, crianças pequenas não sabem a diferença de uma festa de cinco mil reais ou uma que você tenha gasto quatrocentos. O negócio dos pequenos é colocar a vela no bolo, cantar “parabéns”, encher a boca de brigadeiros e brincar.
Em minha opinião, as festas “ostentação” acabam virando apenas uma competição, entre adultos, que alimentam um padrão que muita gente não pode manter. Quem agradece são os donos de bufês infantis. Eles lucram cada vez mais e, de brinde, criam uma nova “tendência” de festas.
Pessoalmente, às vezes, chega a ser brega: luzes, trocas de roupas, personagens que assustam as crianças, entre outros supérfluos que não fazem falta nenhuma e ainda aumentam a despesa no fim do dia.
Não se assustem se começarem a receber uma conta por não terem comparecido em alguma festinha, como aquele menino britânico de cinco anos.
Claro que cada família tem a liberdade de escolher o que acha melhor para seus filhos. Por isso eu escolho fazer festas simples, sem extravagâncias, para que eles saibam que não é preciso coisas materiais para comemorar uma data especial.
Eles só precisam sentir que são importantes e que o dia de diversão é deles
Na minha casa normalmente começa um dia antes, quando fazemos juntos o bolo e os brigadeiros. Eu poderia encomendar os doces, com certeza, teria menos sujeira na minha cozinha. Mas ver a alegria, e os granulados, nos rostinhos deles dá a sensação de que estamos caminhando para um lugar seguro e que estamos reforçando ainda mais o amor em família.
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