‘Presa dentro do próprio corpo’, Xuxa revela verdade sobre a mãe e conta sobre seu sofrimento
Mãe de Xuxa está no último estágio do Mal de Parkinson.
Stael Ferreira Pedrosa
Só quem já conviveu com um ente querido sofrendo de uma doença degenerativa sabe o quanto é difícil testemunhar tal situação. É o que acontece com muitos de nós e acontece com a apresentadora Xuxa.
Xuxa Meneghel há anos acompanha a situação de sua mãe, D. Alda, com mal de Parkinson. Atualmente, a idosa de 80 anos enfrenta o último estágio da doença. Segundo Xuxa, ela não se comunica mais, não anda e nem sequer se mexe. Se alimenta por sonda e nas palavras da apresentadora “ela está presa dentro do próprio corpo”.
Muito triste com a situação, Xuxa diz que alguns anos atrás sequer pensaria que fosse melhor que ela se fosse, mas agora diante do sofrimento da mãe, ela diz que a ama tanto que não pode vê-la desse jeito. No entanto, ela acredita que a razão da mãe ainda estar viva é seu senso materno – “Eu e quase todos os médicos acreditamos que minha mãe ainda tá ali porque ela viu o meu sofrimento e não quer me deixar. Então, ela meio que briga pra não ir embora”, diz Xuxa.
A doença de D. Alda
O mal de Parkinson, ou doença de Parkinson, é uma doença degenerativa que leva à total invalidez, deteriorando todas as funções cerebrais e consequentemente à morte.
Considerado um dos mais comuns distúrbios neurológicos da terceira idade, o Parkinson não tem prevenção, sendo sua principal característica um déficit motor que provoca tremores, dificultando o movimento e locomoção.
A doença surge quando as células cerebrais que produzem dopamina são destruídas. É um processo lento que faz com que as células nervosas não consigam enviar impulsos corretos, causando a perda da função muscular que piora com o tempo.
Não se sabe o porquê de as células serem lesadas. Mas, segundo estudiosos, pode haver uma mistura e fatores, como o genético, em que mutações nos genes possa agir nas células cerebrais e aumentar o risco da doença. Além disso, embora um risco pequeno, é possível que a exposição a certas toxinas ou mesmo fatores ambientais possam favorecer o surgimento da doença.
Fatores de risco
1. Idade
As pessoas costumam apresentar a doença a partir dos 60 anos, embora existam casos como o do ator Michael J. Fox, (De volta para o Futuro I, II e III), o Parkinson é incomum em pessoas mais jovens.
2. Gênero
Homens são mais afetados que mulheres.
3. Histórico familiar
Ter casos na família aumentam as chances do Parkinson, mas isso também depende da quantidade de membros afetados pela doença. Quanto menos parentes, menor a chance.
4. Toxinas
Exposição contínua a herbicidas e pesticidas pode colocar a pessoa em um risco ligeiramente aumentado de doença de Parkinson.
Sintomas
Suaves no início, o Parkinson pode afetar apenas um dos lados, ou ambos, com sintomas inicialmente leves como tremores, lentidão e rigidez nos músculos.
À medida em que o quadro evolui, surgem sintomas típicos como a inclinação do corpo para a frente, passos curtos e movimentos menores dos braços ao andar.
No Parkinson avançado surge o comprometimento das funções motoras:
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Dificuldades de engolir, causando excesso de saliva e baba
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Inexpressividade facial / perda das funções automáticas como piscar
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Perda da função motora fina/ dificuldade para escrever ou se alimentar sozinho
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Dificuldades para levantar-se de uma cadeira e começar a caminhar
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Dores musculares (mialgia)
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Tremores que diminuem ao movimentar-se
E de outras não motoras:
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Problemas intestinais
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Ansiedade
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Depressão
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Confusão mental
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Depressão
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Alucinações
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Desmaios
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Demência / perda da memória
Não há cura para o Parkinson, mas existem medicamentos como a levodopa, anticolinérgicos, amantadinas e outros que podem controlar os sintomas. Em alguns casos, há indicação cirúrgica (quando não há resposta aos medicamentos) e é de grande benefício o acompanhamento multidisciplinar como fisioterápico, psicológico, psiquiátrico, nutricional fonoaudiólogo e terapia ocupacional.