Quando seu marido é muito duro com seus filhos
As crianças precisam ser disciplinadas. No entanto, os métodos têm de ser acordados por ambos os pais. Descubra como fazer isso e salvar a si mesmo e aos seus filhos de muito sofrimento.
Gary and Joy Lundberg
A maioria dos pais vai discordar às vezes a respeito de como disciplinar seus filhos. Tendo crescido em casas diferentes, com diferentes pais que têm diferentes métodos de parentalidade, sei que essas diferenças são comuns. No entanto, essas diferenças não costumam se manifestar até que o casal tenha seu próprio filho. E é quando o marido e a mulher precisam reconhecer que, se não houver concordância imediata sobre a situação, problemas provavelmente surgirão para seus filhos.
Carl, filho do casal Roger e Shelly era muito teimoso. Ele sempre forçava os limites – queria fazer as coisas a sua maneira. Roger era um disciplinador do tipo militar. Ele estava no comando, e o que o pai dissesse se tornava lei. Como resultado, Carl e seu pai estavam sempre em desacordo. Roger era rápido em punir Carl quando ele quebrava as regras ainda que sem gravidade. Ele estava determinado a “fazer o garoto se submeter”.
Isso não parecia nada bom aos olhos de Shelly. Ela considerava muito duros os métodos de Roger. Em uma ocasião, ela defendeu o filho na frente de Roger e isso o enfureceu. Ele gritou: “Não corrija os meus métodos de disciplinar o nosso filho! Você tem que me apoiar ou ele não vai ser boa coisa. Não faça isso de novo!” Ele foi tão forte e convincente que ela receou colocar-se a favor de seu filho em ocasiões futuras, embora por dentro soubesse que os métodos de Roger eram muito rigorosos.
Isso continuou durante toda a infância do menino. Ele tornou-se retraído e distante de seu pai. Ele sentiu como se não pudesse fazer nada direito. Mesmo que sua mãe o elogiasse por suas realizações, ela nunca o defendeu na presença de seu pai. Ela também não discutiu mais com Roger. Ela não teve a coragem necessária para enfrentá-lo de uma forma racional.
Passaram-se muitos anos até que em sua vida adulta a animosidade de Carl entrou em erupção. Ele não conseguia ficar perto de seu pai. Infelizmente, porque sua mãe não o defendia na presença de seu pai, Carl se sentiu traído por ela.
Shelly disse que desejava de todo coração ter sido mais forte e defendido seu filho quando o marido o tratava tão duramente. Ela poderia facilmente ter feito isso, não na presença da criança, mas em uma conversa privada com o marido, onde ela poderia previamente armar-se com informações que poderiam tê-lo convencido a ser mais compreensivo. Para que houvesse a mínima possibilidade de paz e sentimentos de amor em sua família, ela sabia que algo tinha que ser feito agora.
Eles se encontraram com um conselheiro familiar que lhes sugeriu sentarem-se com seu filho e pedir-lhe para ser completamente aberto na forma como ele se sentia em relação aos pais e a maneira como foi criado. Eles iriam apenas ouvir sem defender ou justificar qualquer coisa que tinham feito. Também iriam deixá-lo usar suas próprias palavras, não importa quanto tempo levasse para ele validar seus sentimentos. Em seguida, lhe pediram desculpas sinceramente. Shelly disse: “Foi um encontro muito doloroso. Carl estava cheio de ódio, especialmente por seu pai. E eles jorraram para fora como lava quente. Nós sentimos o calor e apenas ouvimos sem interromper. Quando ele disse tudo o que precisava, eu e seu pai lhe pedimos perdão, e expressamos nosso profundo amor por ele.”
Após expressar todo o seu ódio, Carl estendeu-lhes a mão e os perdoou. O encontro terminou com abraços e um desejo expresso de estarem mais perto, como uma família. A partir de então eles o trataram com amor e preocupação, estando sempre dispostos a ouvi-lo. Eles agora têm uma relação de amor e carinho com Carl, sua esposa, e os netos que eles trouxeram para suas vidas.
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O que você pode fazer
Para evitar que isso aconteça com sua família, é importante discutir os métodos que vocês usarão ao criar seus filhos – mesmo que já estejam fazendo isso. Pergunte a si mesmos:
Que métodos de disciplina usaremos com nossos filhos?
Quanto queremos que os nossos métodos sejam diferentes dos que nossos pais usaram?
O que faremos quando em desacordo sobre o método de disciplina?
Vamos bater em nossos filhos quando eles forem desobedientes? (Definir surra)
Vamos gritar com nossos filhos ou manter autocontrole e falar respeitosamente?
Vamos respeitar a opinião do outro e ouvir totalmente antes de tomar uma decisão?
Estaremos dispostos a pedir desculpas ao nosso filho por erros que venhamos a cometer ao discipliná-lo?
Estamos dispostos a criar um plano que nós dois possamos concordar?
Segundo o Dr. Steven Richfield, “Não é incomum para as mães e pais estarem em lados opostos com relação à ‘firmeza’ necessária e cada um convencido de que o outro está errado. Isso leva a inconsistências, mensagens confusas sobre regras e o enfraquecimento da autoridade um do outro. Essas circunstâncias podem reproduzir desonestidade, falsidade e manipulação nas crianças, que são justamente os comportamentos que os limites apropriados são projetados para desencorajar e impedir. Portanto, é particularmente importante que os pais estejam unidos na sua abordagem a essa questão.”
Façam alguma pesquisa sobre disciplinar as crianças. Há uma abundância de ajuda disponível. Comecem por se informar para que vocês possam discutir métodos que irão funcionar para ambos. É imperativo definir um plano de comum acordo. Estejam dispostos a ajustar o plano quando necessário, mas só depois de vocês dois, juntos, decidirem sobre tal mudança.
Traduzido e adaptado por Stael F. Pedrosa Metzger do original When your husband is too hard on your children.