Quando um dos cônjuges não quer ter filhos e o outro quer: O que fazer?

Você casou, quer formar uma família, mas seu cônjuge não quer filhos. E agora? Veja o que você pode fazer.

Taís Bonilha da Silva

Há algum tempo atrás ter filhos significava status para a família, principalmente se fossem do sexo masculino. A mulher que não conseguia dar filhos ao marido era mal vista e muitas vezes discriminada.

Hoje essa situação não existe mais em muitas culturas, certamente pode haver culturas que mantenham esses valores, mas na maior parte da nossa sociedade ocidental a decisão de ter filhos tem sido tomada muito mais tarde e a decisão de não ter filhos tem sido cada vez mais adotada.

Embora a cultura de que a mulher tem por propósito de vida ser mãe ainda seja muito difundida, como uma sociedade em constante transformação é possível que duas pessoas se apaixonem e cada uma delas tenha uma opinião diferente quanto a esse assunto.

Antes do casamento

A fase do namoro serve justamente para que o casal se conheça, para que saibam quais os objetivos de vida um do outro. Nessa fase já se deve saber o que a pessoa espera ao iniciar uma vida a dois. E as expectativas devem ficar bem claras para ambos. Se já na fase de namoro um dos dois deixa claro que não quer ter filhos o outro deve repensar se realmente deseja entrar em um relacionamento assim, pois essa questão é de alta relevância e pode causar muito sofrimento futuramente.

Um grande erro

Um erro muito cometido entre as pessoas é achar que após o casamento conseguirá fazer o outro mudar de opinião. Isso até pode acontecer, mas será um risco alto demais a ser assumido. Quando nos casamos devemos ter em mente que não temos o poder de mudar ninguém além de nós mesmos.

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Após o casamento

O casamento pressupõe um plano de vida traçado em conjunto. Se a questão sobre ter filhos já foi conversada antes, mas mesmo assim um dos cônjuges ainda não aceita, o ideal será o casal sentar e conversar francamente.

Cada um deve expor suas expectativas, vontades, inseguranças e seus medos. Buscar a ajuda de um psicólogo pode ajudar nessa fase.

Ter em mente quais são os aspectos que estão envolvidos será de grande benefício não só para o cônjuge que quer ter filhos compreender que deve respeitar o tempo do outro, como também, para o cônjuge que não quer ter filhos compreender o porquê se sente tão inseguro e o que pode fazer para buscar segurança.

Depois dessa conversa clara algumas metas devem ser traçadas e um compromisso assumido por ambos os cônjuges.

Nunca se deve forçar uma situação, como por exemplo, ficar tentado convencer o outro, pois a decisão de ter filhos não se trata de uma disputa de quem tem o melhor argumento. E muito menos forçar uma gravidez, tais atitudes podem colocar o relacionamento em risco e terminar em separação.

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Quando um dos cônjuges for categórico e realmente decidir por não ter filhos o outro tem apenas duas alternativas: se quiser que o relacionamento continue deve aceitar plenamente e de coração, nesse caso deve avaliar se conseguirá viver feliz dessa forma. Caso saiba que não poderá ser feliz e um acordo não for possível, a separação será a outra alternativa.

O que é importante avaliar

O mais importante é o casal avaliar que essa decisão deve ser tomada em conjunto, tanto a decisão de ter filhos, como a decisão de não ter filhos. Se não puderem tomar essa decisão juntos é sinal que o relacionamento, em algum momento, se tornará um peso e um sofrimento para uma das partes. Para que o casamento se mantenha e o amor prevaleça ambos precisam colocar as necessidades do outro em primeiro lugar e trabalhar dentro de si suas próprias inseguranças. Com um coração sincero e amor verdadeiro ambos poderão chegar a uma solução que proporcione felicidade mútua.

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Taís Bonilha da Silva

Taís Bonilha da Silva, estudante de Psicologia, atua na área da Saúde Mental. Participa do Programa de Monitoria na Universidade na disciplina de Análise do Comportamento. Esposa e mãe de 2 filhos.