Quero perdoar você, mas não sei como
Já lhe aconteceu de querer perdoar, mas não saber como? Ao ler este artigo, você vai encontrar um caminho para descobrir esse processo.
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Diana Cantor Martinez
Já lhe aconteceu de querer perdoar, mas não saber como? Ao ler o livro The Last Chance , de Carlos Cuauhtémoc Sánchez, encontrei um capítulo sobre perdão. Embora tenha lido muito sobre os benefícios terapêuticos do perdão, quase não encontrei fórmulas para realizar o processo do perdão.
Ao ler este artigo, você vai encontrar um dos vários caminhos para descobrir esse processo:
O perdão deve ser dado prontamente
Uma das qualidades mais interessantes do processo que Sánchez propõe é o tempo que levamos para conceder o perdão. O autor observa que o perdão é uma dádiva a ser dada logo após a pessoa cometer o erro e que, em suma, é impossível dar depois que o outro fez uma reparação.
O autor recria essa ideia com o seguinte exemplo: um homem trai a esposa, ela decide continuar com o casamento, mas avisa: “Nada será como antes!”. Durante anos, ele se sujeita às constantes exigências dela. Em cada reunião familiar, ela aproveita para apontar seus erros e culpá-lo na frente dos filhos.
Depois de algum tempo, com os filhos já adultos e não morando mais em casa, sua esposa lhe diz durante uma conversa: “Sabe, acho que já está na hora de te perdoar por essa traição“, ao que ele responde: “Você não pode mais me perdoar! Suportei em silêncio seu desprezo porque mereci, mas agora, minha dívida já foi paga”.
Isso exemplifica não apenas o tempo em que o perdão deve ser concedido, mas o que realmente significa perdoar: um novo começo, tentando deixar para trás o passado doloroso e as feridas causadas. Por outro lado, quanto mais tempo levar para perdoar, maior é a chance de o sentimento de decepção se instalar e ser tornar cada vez mais difícil de ser removido.
O processo de perdão
Encarar a dor
É preciso admitir que está profundamente magoado, que o comportamento do outro afetou você. Segundo Sánchez, não ajuda muito no processo de perdoar tentar se proteger, dizendo: “Não foi nada!”, para evitar que o outro o veja triste e vulnerável. Em vez disso, um bom começo para a cura é permitir que sentimentos de raiva, frustração, tristeza e mágoa venham à tona.
Avaliar com precisão a perda
Isso significa calibrar o que o outro tirou de você, fazer uma conta real do que você perdeu e reconhecer o valor que isso teve para você. Isso é muito importante, pois, às vezes, você não entende exatamente o que está causando tanta dor. É uma mistura de sentimentos. Você não vê claramente e, nessa medida, não consegue encontrar o caminho.
Por outro lado, quando você enfrenta aquilo que lhe causa dor – para outro, talvez não causasse tanto – ajuda saber o que, para você, machuca.
Quando você diz: “Ele tirou minha paz, minha autoconfiança, minha alegria!”, e agora que já sabe o que é que está lhe causando frustração e o que você precisa perdoar, de alguma forma isso lhe mostra a saída.
Oferecer mentalmente aquilo que perdemos
Finalmente, oferecer a alguém que o(a) machucou aquilo que você perdeu significa que você entende isso de alguma forma. Isto porque, em meio à decepção, você entende os motivos que levaram seu cônjuge a magoar você. Sem esse passo, os outros dois não têm sentido; Esta etapa é a que encerra o processo e permite seguir em frente.
O perdão não é concedido porque o outro o merece, nem para torná-lo livre e feliz. Você perdoa porque é você quem precisa se libertar, ao mesmo tempo que tira do outro e do sentimento o poder que poderiam exercer sobre sua vida.
“O perdão é um obséquio imerecido, assim como o amor verdadeiro. O amor não é um prêmio, é um presente. Os seres humanos superiores são capazes de dizer “eu te amo”, não por causa de seu comportamento, mas apesar dele.” Carlos Cuauhtémoc Sánchez
Nota do editor: a opinião da autora não representa necessariamente a opinião do site Família.
Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Quiero perdonarte, pero no sé cómo