Racismo e tolerância são aprendidos: Como ensinar seus filhos sobre diferentes raças
O mundo é feito de uma bela mistura de cores e raças. Ensinar nossos filhos sobre raça não precisa ser difícil e assustador.
Becky Rickman
Em primeiro lugar, e mais importante, crianças não são daltônicas. Pensar que elas não percebem a raça é um mito perigoso que põe a culpa de comentários inocentes sobre os pais que “devem ensiná-las em casa”. Se elas percebem que um trenzinho é vermelho e a grama é verde, como elas poderiam não notar a cor da pele?
Um estudo realizado por Katz e Kofkin (1997) mostrou que as crianças são capazes de “categorizar raças não-verbalmente” em torno de 6 meses. Os bebês olham para os rostos de pessoas desconhecidas de diferentes cores de pele por mais tempo do que olham para desconhecidos de sua própria cor. Eles não odeiam ou desenvolvem preconceito; eles simplesmente notam. No entanto, por volta das idades 3-5, eles começam a formar opiniões e preconceitos com base em suas próprias experiências em relação à raça. Este é o momento crítico para começar a falar sobre isso.
É interessante notar que a maioria dos pais não tem nenhum problema em falar sobre as diferenças de gênero, mas eles congelam quando se trata de discutir raça.
Quando as crianças observam e fazem comentários, os pais apavorados os calam por medo de ofender alguém.
O Psicólogo Beverly Tatum (1997) compartilhou este exemplo:
“Uma mãe branca e sua criança, ambas brancas, estavam fazendo compras no supermercado. Elas passam por uma mulher negra e sua filha, e a criança branca diz em voz alta:”Mamãe, olha essa menina! Por que ela é tão suja?” (Confundir a pele escura com sujeira é um equívoco comum entre crianças brancas na idade pré-escolar). A mãe branca, envergonhada pelo comentário de seu filho, responde rapidamente com “Sssh!”. Uma resposta apropriada poderia ter sido: “Querido, aquela menina não está suja. Sua pele é tão limpa quando a sua. É apenas de uma cor diferente. Assim como temos cor de cabelo diferentes, as pessoas têm cor de pele diferentes.”
Se a criança ainda parecesse interessada, pode-se acrescentar a explicação de melanina. No entanto, com medo de dizer a coisa errada, muitos pais não oferecem uma explicação. Eles param no “sssh”, silenciando a criança, mas não respondem à pergunta ou o raciocínio subjacente. As crianças que são silenciadas muitas vezes aprendem a não falar sobre raça publicamente. Suas perguntas não vão embora, elas apenas não são perguntadas.
Outro erro comum é achar que as crianças são muito novas para discussões sobre raça. Embora conversas devam ser adequadas à idade, não falar nada sobre esse assunto pode levar a pensamentos e conceitos equivocados. Afinal, deve haver algum motivo para você se sentir desconfortável falando sobre isso.
Não é necessário falar sobre racismo quando você discute raça. No entanto, se houver problemas de racismo que seu filho viu ou ouviu na TV ou na escola, o assunto deve ser tratado imediatamente em uma conversa confortável voltada para a sua idade, compreensão e circunstância.
Ignorar raça é gerar ignorância. Reconhecimento das belas cores que compõem o mundo não é apenas essencial para a compreensão de nossos filhos sobre raça e cultura global, também irá conduzir a um estado de mente mais pacífico para eles.
Muitos vivem em comunidades que não têm uma mistura racial diversa. Se você mora em um lugar assim, tente encontrar oportunidades para visitar lugares que tenham. Quando você olha para a população mundial por raça, você vai notar que, dos 6.7 bilhões de pessoas no planeta, brancos = 17%, negros = 15%, asiáticos = 31%, oriente médio = 25%, mestiços = 4%, outros = 8%. Isso é bom para as crianças saberem e entenderem se elas vivem entre uma raça principalmente.
Assim como as pessoas têm diferentes cores de olhos e cabelo, elas têm diferentes cor de pele e há tantos tons de branco, preto e marrom quanto de qualquer outra cor.
Reconheça as perguntas de seus filhos. Aborde as questões. Discuta abertamente e nunca cale seus filhos quando eles tiverem dúvidas. Não é ofensivo para outra raça reconhecer sua cor ou cultura.
_Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original How to teach your kids about race