10 informações sobre a tuberculose que você não fazia ideia

Há ainda muita desinformação e mitos sobre a tuberculose circulando por aí. Confira algumas informações que poderão ser novidade para você:

Erika Strassburger

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa, contagiosa e crônica. É causada pela bactéria Mycobacterium Tuberculosis(ou Bacilo de Koch), um microrganismo muito resistente de reprodução e evolução lenta. Sua transmissão se dá de uma pessoa à outra, porém somente quando a doença está ativa.

O que mais você saberia dizer sobre a doença? Abaixo estão 10 informações que talvez sejam novidades para você:

1. A tuberculose está erradicada?

A doença chegou ao Brasil com os colonizadores e teve seu pico em meados do século passado. Muitas décadas depois, ainda continua sendo um grande problema de saúde em vários países. O Brasil está entre os principais países com incidência da doença. Ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% da tuberculose no mundo.

Muitas pessoas desconhecem a realidade da tuberculose nos dias de hoje. Estima-se que no Brasil surjam 70 mil novos casos da doença ao ano. Atualmente, há cerca de 100 mil pessoas com a doença ativa. Ela mata em torno de 5 mil brasileiros ao ano.

2. Transmissão

A tuberculose pode estar em qualquer lugar, principalmente em locais onde há aglomeração de pessoas, como ônibus, metrôs, boates, presídios etc. Estima-se que uma em cada três pessoas (33% da população) esteja infectada com o bacilo. É bem comum que o contato ocorra ainda em idade escolar. No entanto, somente entre 5 e 10% das pessoas infectadas desenvolverão a doença em algum momento da sua vida. Nas demais pessoas, a bactéria permanece inativada, isto é, a pessoa não adoece nem transmite a doença. No entanto, caso haja uma queda na imunidade, a doença poderá se desenvolver.

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Os bacilos entram no organismo por meio das vias respiratórias (vias aéreas). Eles são aspirados quando um portador da tuberculose pulmonar tosse, espirra ou projeta gotículas de saliva enquanto fala. As tuberculoses extrapulmonares (fora dos pulmões) não são contagiosas.

Embora o bacilo entre no corpo pelas vias aéreas, ele poderá se alojar em qualquer lugar no organismo sem jamais se desenvolver, tudo depende do sistema imunológico da pessoa. Quando mais saudável ela for, menos risco terá de desenvolver a doença.

3. Tipos de tuberculose

Muitas pessoas só ouviram falar da tuberculose pulmonar. Mas, como já foi dito, uma vez que o bacilo entra no organismo, ele poderá se alojar em qualquer parte do corpo e se desenvolver lá, caso haja uma queda na imunidade. Além da tuberculose pulmonar (que é a mais comum), há também outros tipos: cutânea, intestinal, pancreática, renal, esofágica, ocular, cerebral, óssea, entre outras.

4. Sintomas

Os sintomas mais comuns são:

  • Febre. Ocorre tanto na forma pulmonar quanto na extrapulmonar. Os idosos podem não ter febre. A temperatura não é alta, gira torno de 38º e ocorre geralmente à noitinha (vespertina).

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  • Tosse por tempo prolongado (mais de duas semanas), presente somente na tuberculose pulmonar, ou quando houver derrame pleural (acúmulo de líquido na pleura – membrana que encobre os pulmões). Pode ser seca e com catarro.

  • Sudorese noturna.

  • Expectoração com sangue, quando a doença está em estágio avançado.

  • Falta de ar, comum na tuberculose pulmonar. Ocorre também quando a doença está em estágio avançado e no caso de derrame pleural.

  • Cansaço.

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  • Dores de cabeça.

  • Dor torácica, tanto no peito quanto nas costas, e/ou abdominal.

  • Falta de apetite e emagrecimento.

  • Aumento dos linfonodos, principalmente no caso da tuberculose nos gânglios. Geralmente aumentados na região do pescoço.

  • Dor nos ossos e dificuldade para se movimentar, em caso de tuberculose óssea.

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  • Outros sintomas, dependendo da região afetada pela doença.

Leia: 10 doenças que podem estar escondidas por trás da tosse

5. Diagnóstico

O diagnóstico é obtido através da análise dos dados clínicos juntamente como os exames de laboratório e de imagem. Geralmente são solicitados exames como:

  • Hemograma, Contagem de plaquetas, Hemossedimentação, entre outros.

  • Raio X de tórax.

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  • Teste Tuberculínico ou reação de Mantoux.

  • Teste de escarro.

  • Ou Teste Rápido para Tuberculose (quando disponível).

  • Outros exames de sangue e de imagem podem ser solicitados, dependendo dos resultados dos primeiros exames.

Quanto antes for feito o diagnóstico, mais cedo o tratamento poderá ser iniciado e menores são as chances de complicações.

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6. Predisposição para a doença

Embora todos nós estejamos sujeitos a contrair o bacilo, e muitos de nós já contraímos, algumas pessoas estão mais predispostas a desenvolver a doença. Entre elas estão as que:

  • Sofrem uma queda na imunidade.

  • Alimentam-se mal.

  • Dormem pouco e fora do horário.

  • Ingerem álcool.

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  • Fumam.

  • Portam o HIV.

  • Moram na rua.

  • Portam doenças crônicas.

  • Têm menos de 5 anos de idade.

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  • Têm mais de 65 anos.

  • Convivem com outras pessoas com a doença ativa.

  • Frequentam lugares aglomerados (danceterias, bares, presídios, bancos etc.) O ar condicionado favorece a transmissão do bacilo.

7. Tratamento

Quem contrai a doença tem 100% de chance de cura, caso não seja detectada tardiamente e o tratamento seja seguido à risca. O tratamento dura no mínimo 6 meses e é feito pela combinação de três ou quatro antibióticos, dependendo da idade e peso do paciente, tomados simultaneamente. Se o paciente não levar o tratamento até o fim, é possível que não fique curado.

O tratamento completo é disponibilizado gratuitamente pelo SUS, inclusive todos os exames complementares. Todo caso confirmado da doença precisa ser notificado e informado ao Ministério da Saúde. O paciente recebe toda a assistência necessária até o fim do tratamento.

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8. Isolamento

Os pacientes com tuberculose pulmonar não precisam ficar isolados da sociedade até estarem totalmente curados, tampouco precisam ter seus objetos de uso pessoal (talheres, lençóis, roupas etc.) separados. Eles precisam, entretanto, evitar lugares fechados e aglomerações, pelo menos até os primeiros 15 dias de tratamento. Depois disso, os bacilos perdem a força e o contágio torna-se bem mais difícil.

Ainda assim, mesmo depois de duas semanas de tratamento, convém evitar tossir, espirrar ou emitir partículas de saliva ao ar perto de qualquer pessoa, mesmo de membros da própria família. Por isso é importante manter a casa ventilada e ensolarada o maior tempo possível. Se o paciente precisar sair de casa nas primeiras semanas de tratamento e ainda estiver tossindo, ele poderá usar a Máscara de Proteção N95, que possui 95% de eficiência na filtragem de micropartículas. Depois do primeiro mês de tratamento não há mais possibilidade de transmissão.

9. Prevenção

Embora a Vacina BCG, feita nos recém-nascidos, não impeça o desenvolvimento da doença, ela previne suas formas graves, portanto é uma importante forma de prevenção.

Outra maneira importante de evitar desenvolver a doença, caso tenha havido a aspiração do bacilo, é levar um estilo de vida saudável, com uma alimentação adequada, noites bem dormidas, e a abstenção de álcool e drogas.

10. Preconceito

Apesar das informações estarem acessíveis a todos, ainda há estigma e preconceito relacionados à doença. Segundo o doutor Dr. Rodrigo Zilli Haanwinckel, Especialista em Infectologia pela Sociedade Brasileira de Infectologia, “Impactos negativos das atitudes preconceituosas nos pacientes acarretam em piora da autoestima, má adesão e abandono do tratamento, e muitas vezes a própria família do indivíduo age desse modo (…). Para enfrentar o preconceito a melhor medida é a informação”.

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Para ajudar a desfazer mitos e quebrar preconceitos, gostaria que você assistisse ao breve depoimento do cantor Tiaguinho, que contraiu tuberculose em 2013 e se tornou apoiador da companha contra a doença promovida pelo Ministério da Saúde.

Leia também: 10 alimentos saudáveis que você deve inserir na alimentação de sua família

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.