Se seu filho é desobediente, tente estas 10 dicas infalíveis
Exercitar sua autoridade efetivamente tem consequências mais positivas do que você imagina.
Marilú Ochoa Méndez
Você é mãe. O normal, ou o correto, é que seus filhos lhe obedeçam, certo? Mas, ao contrário do que gostaríamos, não existe um botão automático em todas as crianças que as faça responder “sim mãe”, “sim pai”, e que consiga sua atenção e ação imediatas quando lhes pedimos algo.
Infelizmente, a queixa de que as crianças não obedecem é muito comum. Também é comum sentirmo-nos de mãos atadas. Isso já aconteceu com você?
Compartilho, a seguir, uma série de reflexões para chegar à causa do problema: por que nossos filhos não obedecem? Compartilho, também, algumas diretrizes para melhorar nossa gestão da autoridade.
Não, eles não vão lhe obedecer por ser mãe ou pai deles
O filósofo e educador espanhol Carlos Goñi Zubieta, juntamente com sua esposa, sugere alguns pontos básicos para responder à primeira pergunta: Por que nossos filhos não obedecem? Eu os compartilho com você:
1. A autoridade não é legitimada por quem a exerce, mas pela maneira como é exercida
A esse respeito, o Dr. Goñi nos diz que – ao contrário do que gostaríamos – é preciso mais do que ser uma figura de autoridade para sermos obedecidos.
Se nossas ações constroem, são consistentes e tiverem um objetivo educacional, elas impactarão positivamente a vida de nossos filhos. Mas se estivermos cometendo erros no gerenciamento da autoridade, nossa experiência como pais será extremamente frustrante.
Mas como conseguir exercer autoridade de maneira positiva? Para isso, precisamos analisar nosso tipo de paternidade no ponto seguinte.
2. Seu filho já é uma grande e bela obra de arte, reconheça!
O grande escultor Michelangelo afirmava, com toda modéstia, que quando criava suas maravilhosas obras de arte, ele apenas “removia o excesso” dos grandes blocos de mármore que ele utilizava. Se você conhece algumas de suas obras magníficas, perceberá seu grande talento e sua grande humildade. No entanto, o exemplo se encaixa perfeitamente nesse ponto e ilustra como devemos educar nossos filhos.
O termo “educar” vem do latim e significa “extrair de dentro” e, de acordo com outros especialistas, significa também “guiar”. Nossa missão, como pais, deve ser realizar um trabalho de fundo. Deve haver conhecimento, paixão e compreensão do grande bloco de mármore que cada filho é, e um delicado processo de esculpir que, gradualmente, “remover o excedente” daquilo que impede nossos filhos de mostrarem sua grande beleza interior.
3. Analisar nosso tipo de parentalidade resolverá bastante o problema
Voltando às recomendações do Doutor Goñi, ele afirma existirem cinco tipos de pais: protecionistas, desertores, permissivos, autoritários e pais com autoridade.
Os pais protecionistas não educam nem corrigem seus filhos, pois não conseguem ver o que é conveniente para eles (eles confundem protegê-los com superprotegê-los). Os pais desertores desistem de educar os filhos, porque o trabalho lhes parece complicado demais. Os pais permissivos consideram que, se “limitarem” seus filhos, poderão traumatizá-los ou escravizá-los. Os autoritários sabem vergar comportamentos, mas conseguem obediência por meio da imposição, não do convencimento. Finalmente, pais com autoridade reconhecem que fazer-se obedecer é um trabalho de amor, de serviço, para fazer seus filhos crescerem.
Se seu filho lhe obedecer, ele crescerá firme
Saber mandar é uma arte. Essa arte requer, para começar, uma atitude positiva dos pais em relação à educação. Para alcançar essa atitude positiva, precisamos entender os benefícios de submeter nossos filhos à autoridade:
A criança que obedece a seus pais obedecerá a si mesma no futuro
Por que precisamos que nosso filho “obedeça a si mesmo”? Para que seja livre! Para que possa determinar-se. Para que, diante de dois cenários desejáveis, saiba escolher o que lhe traga maior crescimento.
A capacidade de nosso filho superar seu desejo primitivo, seus impulsos, guiados por seus pais, e saber se controlar para ser uma pessoa melhor, é valioso para a vida de nossos filhos.
Quando os educamos para aceitar a autoridade dos pais, não apenas facilitamos a nossa vida, conseguindo um relacionamento civilizado e um bom comportamento de nosso filho; o mais importante é ensiná-lo a construir seu caráter.
Então, como me fazer obedecer?
O doutor Goñi e sua esposa, Pilar Guembe, dão-nos conselhos bem práticos que estão listados abaixo:
Amor e visão
O amor não tem que brigar com a autoridade. Especialmente porque os pais mandam nos filhos para o seu bem, e não por serem ogros monstruosos e raivosos. A autoridade e a educação são muito mais ricas quando ensinamos nossos filhos a “se comportar bem” para serem bons, para serem melhores e – melhor ainda – para chegar ao céu.
Clareza
Procure que as ordens sejam concretas e claras. Além disso, verifique se fazem sentido e sejam poucas, para que sejam eficazes. Não finja envolver seu filho em um estilo de vida quase militar desde o início, comece com o mais urgente, o que compromete a segurança dele, aquilo que seu pequeno precisa com mais urgência. Em vez de sugerir: “Seja gentil”, diga: “Quando chegarmos à casa da vovó, tente não pular ou pisar no sofá branco”.
Coerência
Tente viver de acordo com o que você exige de seus filhos. Mandá-los fazer aquilo que você esteja disposto a fazer também, e o que você possa supervisionar.
Colaboração
A obediência também é uma maneira de melhorar a harmonia e a vida familiar. Seu filho obedece porque é uma maneira de contribuir, no que cabe a ele, para a vida familiar. Se ficar claro para ele que fazer sua lição de casa e cumprir suas obrigações faz parte da harmonia e do crescimento da família, ele terá mais facilidade para aceitar a disciplina.
Conformidade
Também é importante que os pedidos sejam compatíveis com a idade e o estilo de vida de nossos filhos. Você não pode pedir a um menino de três anos que varra seu quarto, mas pode pedir a ele para juntar seus brinquedos.
Consideração
Os pedidos não devem ser acatados “porque sim”. Seu filho é uma pessoa, tem o direito de saber o significado e a necessidade daquilo que lhe foi pedido. Obviamente, sempre de acordo com a idade dele.
Constância
Perseverar nas metas e orientações que damos a nossos filhos lhes dará segurança e consistência.
Conveniência
Dar ordens a nossos filhos quando já é tarde e eles tiveram um dia ruim é bem diferente de lhes dizer o que fazer quando estão calmos e relaxados. Além disso, será mais difícil fazer com que eles cumpram algo que lhes pedimos se estiverem com um amigo.
Convicção
Mandamos porque amamos. Essa convicção nos dará segurança.
Unidade
É importante que pai e mãe entrem em um acordo em relação ao que será pedido aos filhos. Dessa maneira, um não prejudicará a autoridade do outro e as crianças não terão uma brecha par escapar da obediência.
Como você vê esses conselhos? Qual você adicionaria à sua lista pessoal?
Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Si tu hijo es desobediente, prueba con estos 10 consejos infalibles