Segurança infantil básica
É um número triste, mas 4,7 mil crianças morrem anualmente no Brasil por lesões causadas, na maioria das vezes, por acidentes domésticos. Veja algumas dicas para deixar sua casa segura.
Caroline Canazart
Quando há criança em casa, todo cuidado ainda é pouco. São tantas armadilhas que uma casa, escola ou playground podem oferecer aos pequenos que só depois dos primeiros passos você acaba reconhecendo os perigos.
No Brasil os acidentes domésticos são responsáveis pela maioria das internações de pessoas da faixa etária entre zero e 14 anos. Em 2010, 49% delas foram causadas por quedas seguidas por queimaduras, acidentes de trânsito, intoxicações/envenenamento, sufocação, afogamento e armas de fogo. Segundo a ONG Criança Segura, 90% dos casos poderiam ser evitados. O Ministério da Saúde diz que anualmente no país 4,7 mil crianças morrem e 125 mil são hospitalizadas por acidentes ou lesões não intencionais. Números que podem ser diminuídos com alguns cuidados e, principalmente, ações de prevenção que os adultos devem ter no dia a dia com as crianças.
Dicas de prevenção de acidentes
Quedas
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Lugar de criança é em local seguro. Escadas, sacadas e lajes não são lugares para brincar.
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Utilize portões de segurança no topo e na base das escadas. Caso a escada seja aberta, instale redes ao longo dela.
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Redes de proteção são obrigatórias em janelas, sacadas e mezaninos. As redes devem ter espaços de no máximo 6 cm.
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Crianças não devem dormir em beliches. Se não tiver escolha, coloque grades de proteção nas laterais.
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Mantenha móveis longe das janelas, pois a criança pode escalar e se debruçar para fora do prédio ou casa. Móveis e o tanque da lavanderia devem estar estáveis e fixos.
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Capacete é o equipamento fundamental para andar de skate, bicicleta ou patins. Ele pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%.
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Sempre observe as crianças quando estiverem brincando nos parquinhos. O risco de lesão é quatro vezes maior se caírem de um brinquedo com altura superior a 1,5 m. Verifique se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança. O piso deve ser de absorção para a queda, como gramas, areia e borrachões com espessura acima de 3 cm.
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O uso de andadores não é aconselhado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Pode comprometer o desenvolvimento saudável da criança e também causar sérias quedas.
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Sempre segure o bebê durante a troca de fraldas. Nunca o deixe sozinho em mesas, camas ou outros móveis, mesmo que seja por pouco tempo.
Afogamento
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Nunca deixe baldes, banheiras e piscinas infantis cheias de água. Sempre esvazie depois do uso e deixe virados para baixo.
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Coloque baldes com água em local onde as crianças não possam alcançar.
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Conserve a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou mantenha a porta do banheiro trancada.
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Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”.
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Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos.
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Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos.
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Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água.
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Saiba quais amigos ou vizinhos têm piscina em casa e quando levar a criança para visitá-los, certifique-se de que será supervisionada por um adulto enquanto brinca na água.
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Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança. Eles podem estourar, virar a qualquer momento e ser levados pela correnteza. O ideal é que a criança use sempre um colete salva-vidas quando estiver em embarcações, próxima a rios, represas, mares, lagos e piscinas, e quando estiver praticando esportes aquáticos.
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Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também.
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O rápido socorro é fundamental para o salvamento da criança que se afoga, pois a morte por asfixia pode ocorrer em apenas 5 minutos. Por isso é tão importante que pais, responsáveis, educadores e outras pessoas que cuidam de crianças aprendam técnicas de primeiros socorro.
Eletricidade
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As tomadas devem estar protegidas por tampas apropriadas, esparadrapo, fita isolante ou mesmo cobertas por móveis.
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Verifique sempre o estado das instalações elétricas. Fios desencapados podem ser muito perigosos.
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Evite ligar vários aparelhos eletrônicos em uma mesma tomada. – Fios elétricos devem estar isolados e longe do alcance das crianças.
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Evite usar benjamins ou extensões.
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Só permita que as crianças empinem pipas em campos abertos, com boa visibilidade, sem a presença de fios e postes de eletricidade. Oriente-as quanto aos riscos do uso do cerol e de retirar a pipa caso enrosque na rede.
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Oriente sobre os perigos de entrar nas áreas das estações de distribuição ou nas de torres de transmissão.
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Cuidado com eletrodomésticos em mau estado de conservação como ventiladores e geladeiras, que podem causar choque e curto-circuito. Se possível, faça revisões ou a troca desses produtos e mantenha o hábito de usar chinelo de borracha. – Desligue o chuveiro antes de mudar a chave verão/inverno.
Queimadura
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Mantenha a criança longe da cozinha e do fogão, principalmente durante o preparo das refeições.
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Cozinhe nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos das panelas virados para trás, para evitar que as crianças entornem os conteúdos sobre elas. O uso de protetores de fogão é um cuidado a mais para evitar que a criança tenha acesso às panelas.
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Evite carregar as crianças no colo enquanto mexe em panelas no fogão ou manipula líquidos quentes. Até um simples cafezinho pode provocar graves queimaduras na pele de um bebê.
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Quando estiver tomando ou segurando líquidos quentes, fique longe das crianças.
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Não utilize toalhas de mesa compridas ou jogos americanos.
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Durante o banho do bebê: coloque primeiro a água fria e verifique a temperatura da banheira com o cotovelo ou dorso da mão.
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Não deixe as crianças brincarem por perto quando você estiver passando roupa nem largue o ferro elétrico ligado sem vigilância.
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Fogos de artifício devem ser manipulados por profissionais e nunca por crianças.
Tenha o número do atendimento de emergência em mãos. Em todo o Brasil o SAMU pode ser chamado pelo 192 e o Corpo de Bombeiros pelo 193. Para dicas de prevenção de outros acidentes clique aqui.