Tem um filho difícil de lidar? Agradeça!

Crianças com temperamento forte podem se tornar adultos firmes e bem fundamentados. Isso ocorre quando adquirem autoconfiança em sua infância e adolescência.

Michele Coronetti

Alguns comportamentos diferentes logo nos primeiros meses de vida já avisam que a criança é única. Recusa em se alimentar, birras, carrancas, comportamento inadequado com irmãos e primos, frieza diante de castigos e correções e isolamentos podem apontar que este filho dará um trabalhinho extra.

Essa criança normalmente age de uma forma em casa, na presença de familiares e de outra completamente diferente na escola ou entre amigos, sendo muito fechada e desobediente no primeiro ambiente e sorridente e amigável no segundo. Além de querer ter razão em tudo o que faz e quer. Hora de buscar ajuda? Talvez. Mas não é necessário pensar que ela possua algum problema comportamental sério, pode ser apenas zelo em manter seu temperamento forte. E a convivência com pessoas que a entendam ao invés de apontar o dedo a ajudará a ampliar seus ideais.

  • Atitudes, regras e horários devem ser mantidos apesar de todos os esforços deste filho para mudar porque não os quer cumprir. E serão muitas tentativas, além de extremamente dramáticas! Ceder e oferecer uma exceção só causará mais transtornos e alongará o caminho de volta aos limites. A postura e o não precisam fazer parte da rotina. Explicar infinitas vezes o porquê da regra existir será um teste de paciência. Se houver irmãos, as regras devem ser sempre iguais, sem privilégios para o que não obedece de forma alguma. Com sabedoria e sem agressão física ou verbal, a criança vai aderir, pois não terá outra opção.

  • Apesar de tomar cuidado para não bater de frente, os limites precisam ser respeitados. Permitir e respeitar a escolha é muito importante para o pequeno perceber que a opinião dos adultos não mudará e que ele deve se adaptar com as regras de convivência estabelecidas. Se a regra diz que se deve emprestar os brinquedos e a criança não cumprir, ela também não usará o brinquedo de outrem. Acusações e rotulagem farão com que a autoestima seja perdida.

  • Poderão ocorrer situações onde a criança tentará de qualquer forma conseguir o que quer. Pode até colocar sua própria vida em risco. Mas é somente para chamar a atenção dos pais ou responsáveis que ela o faz. Com calma, ignorando o fato, saindo de cena ou abraçando-a forte para que sinta que o amor parental é maior do que o erro cometido, o cenário mudará. É importante respeitar sua liberdade sempre.

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  • Descobrir os motivos pelos quais a criança se recusa a obedecer também é importante. Às vezes pode ser um medo apenas, algo que pode ser mudado com carinho e atenção, usando de empatia mesmo que as opiniões sejam completamente divergentes. Pode até ser que fosse desta atenção que ela precisava. Converse com calma, conte histórias, experiências e novamente explique porque a regra precisa ser cumprida. Lembrando que ceder transmitirá a mensagem de que as regras não são tão importantes assim e confundirá todo o aprendizado até então.

Já durante a adolescência será possível visualizar o caráter formado através dos limites estabelecidos e do amor concedido, mesmo havendo recaídas comuns pela fase instável.

Seguindo sempre o mesmo estilo de manter regras, limites e amor incondicional, o crescimento continuará e este filho se tornará um adulto líder, confiante, que não cede a pressões nem desiste de seus objetivos facilmente. E é de adultos assim que o mundo mais precisa.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.