Uma grande lição para seus filhos: as coisas mais valiosas da vida não têm preço

Erika Otero Romero

O mundo está cheio de pessoas ambiciosas. Seres humanos a quem pouco ou nada importa os sofrimentos dos outros; só lhes interessa o que podem monopolizar nesta vida.

A esse respeito, sempre me perguntei por que tantas pessoas querem ter muitas coisas; afinal, quando morremos, não levamos nada. Sim, acho que é confortável viver no luxo e se entregar aos seus caprichos, mas nem tudo é comprado com dinheiro.

Como muitos, quando era pequena, ambicionava coisas que não tinha; na época acreditava que o dinheiro era o mais importante. Agora, na vida adulta, sei que o que vale mais neste mundo não tem preço.

Como adulta, também sei que o dinheiro é importante para sobreviver, mas não é tudo. Claro que quero chegar a um ponto em que nunca mais tenha de me preocupar com dinheiro. Apesar disso, nesse momento, tento viver da melhor maneira possível.

O que precisamos para trazer uma vida ao mundo?

Sempre quis ser mãe, mas se há uma coisa que sempre soube é que não quero que um filho meu passe pelo que eu passei. Considerei muitas opções para ser mãe, mas as coisas nunca foram favoráveis. Se a isso acrescento o fato de que tinha muitas feridas emocionais com as quais não queria contaminar uma criança; então aqui estou, sem filhos.

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Minhas preocupações não eram apenas econômicas, eram de falta de maturidade e estabilidade emocional. Ter um filho não é uma questão de ter uns “poucos Reais para lhe comprar o necessário”, como alguma vez me disseram. Significa estabilidade mental, responsabilidade e maturidade.

Não é qualquer ser humano que pode ser pai ou mãe, isso é um fato. Não é uma questão de quanto dinheiro você tem no banco. Muitas pessoas ricas têm demonstrado com fartura que não são bons pais; o pior é que deixam a paternidade de seus filhos entregue a pessoas que trabalham dentro de sua casa. É claro! Há também pessoas com recursos moderados que não sabem ser pais e vice-versa; há todo tipo de ser humano neste planeta.

A questão é que dinheiro não compra felicidade, por mais que as pessoas queiram acreditar. Ele dá tranquilidade, conforto e gostos, mas também atrai muitas pessoas maliciosas para a vida. Não digo com isso que é melhor ficar na pobreza, não é isso. O que estou dizendo é que há coisas que o dinheiro não pode comprar; isso é algo vital que seus filhos devem aprender.

O mais importante você jamais comprará

A vida é um intricado labirinto de bênçãos e dificuldades. Coisas como saúde ou amizade verdadeira não podem ser compradas, tampouco amor ou lealdade.

Em caso de doença, pode-se pagar os tratamentos mais caros e de qualquer maneira perder a batalha; vivi isso com uma tia muito querida. Ela conseguiu prolongar sua vida por vários anos; depois, deteriorou-se muito por causa do lúpus e isso finalmente a levou.

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No caso da amizade, vivi na universidade com uma moça que vinha de uma família rica. Ela pensava que as amizades podiam ser compradas; isso até um dia em que eu lhe disse que não tinha necessidade de me comprar.

É algo muito importante que todas as crianças devem aprender na vida; que o amor, assim como uma boa amizade ou a saúde são “bens” tão valiosos que não têm preço.

O material é importante, mas não é uma prioridade

Há muitos pais que se preocupam com que seus filhos “tenham os que eles não tiveram na infância”. Isso tem valor e é uma intenção muito legítima; no entanto, como progenitor, o que se deve procurar é que não falte a seu filho seu amor e companhia

Não há nada que um filho ganhe em ir para a melhor escola, se os pais não estiverem lá quando ele precisar. Um filho não precisa do novo X-box, se não tiver com quem brincar.

Uma criança vai gostar muito mais de passear no parque do bairro com o pai ou a mãe. Terá melhores recordações se a mãe lhe ler uma história à noite ou fizer uma oração com ela.

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Uma criatura valorizará mais o abraço antes de ir para a cama ou um café da manhã preparado com amor. Essas experiências são as que ficam guardadas em sua mente e vivem para sempre com ela.

Além disso, será a maneira em que criará e demonstrará amor a seus próprios filhos. Sim, é bom trabalhar e dar boas coisas aos filhos; afinal, os luxos são o resultado do “suor da testa”, mas não são o mais importante.

O amor de um filho não se compra. O tempo que não se passou com um filho um dia passa a fatura. Há que se encontrar um justo equilíbrio entre o dinheiro que investe na sua família e o tempo que lhe dá.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Una gran lección para tus hijos: las cosas más valiosas de la vida no tienen precio

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.