Você assume o papel de vítima? É hora de dizer adeus

"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional". Buda Gautama

Erika Otero Romero

Todos nós assumimos o papel de vítima em busca de atenção e piedade. Sim, às vezes, chamar atenção para que outros nos atendam e cuidem de nós pode ser agradável. O problema é que assumir essa atitude se torna um vício que afasta as pessoas. Além disso, tornar-nos vítimas vai levar-nos a viver a vida com queixas constantes.

Se há algo mais cansativo do que passar por um momento difícil, é ter que tolerar uma pessoa vitimista. Eu fui uma e não estou orgulhosa disso.

Estar perto de alguém que só vê o copo meio vazio drena todo otimismo e boa vibração que se possa ter. Além disso, parece que atrai toda sorte de más experiências; tanto é que, a cada dia, essa pessoa submerge mais na espessa negatividade arrastando todos ao seu redor.

Pode ser que não possamos escolher muitos eventos que nos acontecem na vida; ainda assim, sempre podemos escolher como reagimos a eles.

Aprendendo a passar da vitimização à resiliência

Como tudo na vida, é preciso querer fazer a mudança e ter constância para conseguir. Qualquer mudança que uma pessoa deseje fazer para seu benefício requer que comece a viver uma vida consciente.

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Justamente por isso é preciso aprender a reconhecer se somos reclamadores ou não. Perceber que estamos presos à queixa e ao pessimismo pode ser conflitante. Ninguém quer reconhecer que pode ser um “canal” de más vibrações, mas é necessário dar esse passo para superar.

Quando você admite que tende a ver tudo como uma tragédia, que sempre se lamenta e finge para que tenham pena de você; então, é hora de começar a buscar a forma de mudar.

Mudar a atitude é o segredo

Todos nós podemos fazer essa mudança. É uma questão de encontrar uma maneira. A primeira e mais fácil opção é mudar a atitude com que você percebe a vida.

Quando percebi que a minha atitude era vitimista, optei por começar a observar pessoas que admirava. Encontrei uma antiga colega de faculdade que sempre me pareceu feliz. Eu sabia que a vida dela quando éramos colegas de estudo não tinha sido muito agradável; no entanto, jamais perdeu o sorriso.

Seguia-a em várias redes sociais e em cada foto ela parecia genuinamente feliz. Lia as suas publicações e nelas se detectava sempre um evidente otimismo. Esta não era uma “pose” para dar uma imagem falsa dela; eu pude detectar que tudo em sua forma de ser era honesto. Então soube que era isso que devia fazer: mudar minha atitude.

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Passos que o ajudarão a deixar o papel de vítima

Vou listar o que eu fiz. Comecei devagar e sutilmente.

Sorrir

Forcei-me a ensaiar um sorriso apenas, ao levantar pela manhã. Sentia-me mal por fingir de propósito, mas depois de um tempo, esse sorriso tornou-se genuíno.

Assim, todas as manhãs eu me levantava feliz só por ter podido despertar com saúde e rodeada pelos meus entes queridos.

Agradecer

Então dei o segundo passo: tornar-me grata. Quando comecei a me levantar com uma atitude positiva, me tornei consciente de que era dona de centenas de bênçãos.

Foi assim que a minha vida começou a mudar. Desde o momento em que abri os olhos, em minha mente dizia: “Obrigado por um novo dia de vida”. Sim, porque nem todos têm essa mesma oportunidade.

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Ver a minha família fazia-me sentir calma; mais uma vez agradecia por tê-los ao meu lado. Também o fazia com os alimentos, porque muitas pessoas não têm o que comer. Tudo foi aumentando; nem meu positivismo era fingido, nem meu agradecimento uma mentira. Comecei a sentir tudo em meu coração; isso deu um espaço para que a tristeza, as queixas e a amargura saíssem de minha vida.

Se você olhar atentamente, devemos ser gratos e desfrutar o que possuímos; porque um dia o temos, mas outro dia pode ser que não.

Prestar serviço

Você não precisa ser milionário para ajudar quem precisa. Basta querer fazer e isso é tudo. Não importa se é um sem-teto com fome ou alguém no ônibus que precisa de um lugar para se sentar. O ponto importante é fazer as coisas de coração e não para ganhar likes e visualizações em uma rede social.

Da mesma forma que você pode, um dia, limpar o jardim de um vizinho, você também pode doar alimentos para uma família necessitada.

Não importa o tamanho do ato, o que interessa é que nasça do coração.

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Não olhe para o que vão dizer

Quando uma pessoa está preocupada com o que os outros possam pensar da sua vida, vai ver apenas críticas.

O que os outros dizem sobre você não o(a) define. As sugestões “bem intencionadas dos outros” é para que você lhes agrade, não por sua felicidade.

Além disso, ninguém sabe o caminho que você teve que percorrer para chegar onde está. É por isso que precisa ignorar qualquer discurso que tente minimizar os seus feitos.

Só me resta dizer que, no momento em que decidir mudar a sua atitude em relação à vida, ela irá mudar do céu para a terra.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original ¿Asumes el papel de víctima? Es momento de decirle adiós

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.