Você é um pacificador ou um criador de contenda? Seu exemplo está sendo observado
Pessoas de bem deixam o preconceito e as divergências de lado e lutam por um mundo melhor tornando-se um agente pacificador para trabalhar na edificação de dias melhores.
Suely Buriasco
Observamos por toda parte pessoas envolvidas em conflitos intensos manifestados pela falta de paz interior e harmonia nos relacionamentos. São pessoas que buscam ser ouvidas e compreendidas, mas que encontram grande dificuldade em encontrar quem as considere para tal. A busca dessas pessoas é por agentes pacificadores, ou seja, pessoas que se dedicam a implantar a paz nos corações.
Qualquer pessoa pode se tornar um agente pacificador em qualquer ambiente que frequente desde que se atenha a alguns atributos básicos:
1- Só é possível doar o que se tem
É fundamental que um pacificador seja uma pessoa que se esforça por desenvolver a própria paz. Claro que, infelizmente, ainda é difícil que alguém consiga manter continuamente esse sentimento, mas é importante que se dedique a isso. É possível que, por boa vontade, a pessoa consiga ser um pacificador, embora não se sinta em paz, no entanto, sua ação certamente será limitada. Dessa forma, o ideal é que o agente pacificador comece por si mesmo o seu trabalho.
2- Trabalho pela paz
É imprescindível que o agente pacificador seja um trabalhador da paz que possua tendência para desenvolver um espírito conciliador e apaziguador. É um processo pelo qual se desenvolve a paz em favor de tudo e de todos, sem qualquer tipo de julgamento ou diferenciação. Um agente pacificador desenvolve a verdadeira compaixão e tem em mente que todo ser humano merece alcançar a própria paz; esse é o seu objetivo maior.
3- Uso da assertividade
Ser pacificador não quer dizer ser passivo, não ter opinião própria, ser leviano ou incapaz de lutar; muito pelo contrário. Arun Gandhi escreveu no prefácio do livro “Comunicação não Violenta” de Marshall Rosenberg que: “Se mudarmos a nós mesmos, poderemos mudar o mundo, e essa diferença começará por nossa linguagem e nossos métodos de comunicação“. Assim, o agente pacificador tem espírito de luta, mas a forma de agir é condizente com a mansuetude que propaga; fala com determinação e é assertivo e firme em suas convicções, porém se manifesta de forma branda e benevolente.
4- Prática da empatia
Para agir como um pacificador é importante compreender os outros, criando uma conexão estável e contínua, a fim de estabelecer um relacionamento de confiança. A empatia é, pois, um elemento fundamental nesse processo; ouvir e considerar a razão das pessoas aumenta a possibilidade de entendimento e amplia o poder do agente, facilitando o avanço de cada um rumo à pacificação. Esse é um método muito usado na Mediação de Conflitos e o chamamos de “escuta ativa”.
5- Fala contida
Um agente pacificador ouve muito mais do que fala e quando se manifesta procura inspirar boas e inéditas reflexões a fim de que as pessoas iniciem um processo de descoberta de novas e promissoras alternativas para a resolução de seus conflitos. Também é importante manter-se imparcial, não se envolvendo em contendas, discórdias ou violência. A fala de um agente pacificador emprega sempre bom senso, enfatizando o que há de positivo na situação.
Pacificadores são pessoas que inspiram e influenciam a paz. A oração de Francisco de Assis diz: “Senhor! Faze de mim um instrumento da tua paz. Onde houver ódio, que eu leve amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé”. Acredito que nessas palavras qualquer pessoa pode encontrar o caminho para se tornar um verdadeiro agente pacificador na Terra.