Você, eu e o dinheiro podemos nos dar bem?
Eles compartilham a vida, os filhos, os melhores e piores momentos. Por que será que muitos casais não conseguem compartilhar dinheiro?
Danitza Covarrubias
Falar em dinheiro, em uma relação conjugal, tende a gerar faíscas de atrito. Sobre isso, eu adoraria citar um exemplo que um professor, certa vez, nos deu: quando pensamos em um casal, nós o imaginamos um de frente para o outro. Esta, no entanto, é uma posição de confronto. Qual seria, então, a imagem de um casal harmônico? Os dois olhando em direção a um objetivo comum.
Na questão financeira, as complexidades são conciliáveis quando, em vez de falar de dinheiro, falamos de metas e objetivos; em que direção estamos caminhando como indivíduos, casal e família. Podendo, dessa forma, traçar rotas conciliatórias que não levem a direções diferentes, que não provoquem uma colisão, mas uma viagem acompanhada. Para isso, é importante, como em qualquer viagem, identificar o local de onde vão sair, o local aonde pretendem chegar e estabelecer a rota.
Para isso, sugiro trabalhar no plano familiar como se fosse uma empresa
Quando uma empresa é criada, é necessário capital. Há, também, alguém encarregado de conduzir as finanças, mas os proprietários devem sempre traçar a linha que a empresa deve seguir ao fazer investimentos, oferecer produtos e serviços, estabelecer políticas, etc.
Na família, não deve ser diferente. Neste caso, os cônjuges são os sócios e donos do negócio, e um deles pode ficar encarregado de conduzir as finanças. Existem decisões a serem tomadas, é preciso traçar linhas nas tomadas de decisões.
Sei que isso soa um tanto frio, sem o calor típico de um lar, mas é importante ter uma visão estratégica.
Análise da economia familiar
Pode ser analisada nos seguintes pontos:
1. Situação atual
É sempre importante verificar o ponto em que se está atualmente, pois, obviamente, é por onde se deve começar. Veja qual é a situação atual, as receitas, as despesas e os lucros contabilizados, para poder, a partir deste ponto, ver as possibilidades reais.
2. Evitar dívidas
As dívidas geram muito estresse. Elas tomam conta de nossa mente e, às vezes, de nossas finanças, quando se permite que os interesses aumentem de modo a acabar sufocando os recursos.
3. Priorizar despesas
Há gastos que não podem ser evitados ou reduzidos, como um teto para morar, entre outros estabelecidos pelo casal como importantes. Para alguns, talvez seja a compra de um imóvel; para outros, viajar; para outros, a comida. Cada casal tem concepções diferentes sobre o que é válido ou importante para eles. A chave é poder observar e decidir o que é vital para o casal, ou dar lugar a ambos.
4. As despesas são dos dois
Quando se divide as finanças e se separam os gastos em “o que é seu e o que é meu “, a união e a força do dinheiro são perdidas. Quando os dois consideram as despesas e as receitas como sendo de ambos, eles podem ter um poder maior para cumprir as metas que são traçadas juntos. Trabalhar em equipe é sempre mais leve do que conduzir as despesas sozinho.
5. Despesas proporcionais à receita
6. Objetivo a alcançar
Esse padrão de vida almejado, ou o objetivo de determinadas aquisições, é algo que pode ser discutido. É conveniente definir metas a curto prazo, com ações concretas e objetivos realistas e atingíveis.
7. As finanças na educação dos filhos
Ter filhos desequilibra as finanças, pois os gastos tendem a se multiplicar, ainda mais quando não temos experiência ou aconselhamento sobre o que é necessário ou não comprar. Também é importante entrar em acordo sobre o que queremos proporcionar ao filhos, à sua vida. Como eu disse antes, para alguns, a educação é mais importante; para outros, as viagens; para outros, as atividades extracurriculares, etc. Entrar em acordo e trabalhar em equipe fará com que o dinheiro flua melhor na família. Ensinar as crianças, desde cedo, a ganhar dinheiro, valorizá-lo e economizar, ajuda a melhorar as finanças.
Quando a mulher não leva dinheiro para casa
É importantes salientar que, às vezes, pensa-se que, por a mulher que não ter uma vida profissional, não trabalhar, ela não contribui para a economia familiar. Muitas vezes, perde-se de vista o fato de que, quando uma mulher fica em casa, é economizado muito dinheiro que seria gasto se ela trabalhasse fora. Portanto, é importante reformular essa contribuição financeira que as donas de casa dão ao lar.
O objetivo principal
Às vezes, esquecemo-nos de que o dinheiro, por si só, é apenas um meio de se obter as coisas de que precisamos ou gostamos. Vamos valorizar e aproveitar o que, através dessa economia, conseguimos alcançar: viver! Nada melhor do que viver como casal e aproveitar esse dinheiro com que ambos contribuem.
Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Tú, yo, y el dinero ¿Podemos llevarnos bien?