As vantagens da presença paterna na vida futura dos filhos

"As joias mais valiosas e preciosas que você terá ao redor do pescoço são os braços do seu filho". Autor desconhecido.

Caroline Canazart

Talvez seja impressão, mas, no meio em que eu vivo, percebo que os homens estão mais envolvidos e engajados em ter uma convivência com mais qualidade com os filhos. Quem os têm sabe, as crianças pedem atenção o tempo todo. Querem comida, logo depois estão com sede, querem brincar, chamam para mostrar algo que fizeram, querem “ajudar” você em alguma tarefa. Às vezes chega a ser cansativo, por isso é muito bom para toda a família quando o pai assume junto com a mãe essas tarefas diárias e deixa só para a televisão aquele estereótipo de pai que chega em casa, janta e vai assistir futebol na tv. Como diz o ditado “quem não é visto não é lembrado” e isso inclui as atividades com os filhos. Como eles terão boas lembranças da infância com o pai se ele sempre estiver muito ocupado para fazer parte delas?

Alguns estudos nos falam que a participação e companhia dos pais tem sido muito importante para o desenvolvimento dos filhos na área comportamental e também no desempenho escolar. Algo que chama atenção é que as pesquisas apontam que os pais envolvidos em instituições religiosas são os mais propensos a estarem presentes na vida dos filhos.

Veja 10 pontos importantes desses estudos.

  1. Um maior grau de religiosidade entre os pais foi associado a um melhor relacionamento com seus filhos, maiores expectativas de relações positivas no futuro, um esforço maior para ter uma boa relação com os filhos, maior senso de obrigação de permanecer em contato regular e uma maior probabilidade de prestar apoio emocional e ajuda sem remuneração para filhos e netos. A religiosidade dos pais foi medida por meio da importância da fé, orientação fornecida pela fé, a prática religiosa, identidade religiosa, denominação que pertence e crença na importância da religião para a sua filhos.

  2. Os pais que vão com frequência à igreja estão mais fortemente predispostos a envolver-se em atividades entre pai e filho. Os pais que estavam ativos em congregações protestantes conservadoras ou que tinham essa linha foram significativamente mais envolvidos com seus filhos em atividade do que os jovens que não tinham seus pais filiados a nenhuma denominação religiosa.

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  3. Entre os pais que viviam com seus filhos biológicos ou adotados, aqueles que participaram em mais projetos com a comunidade tendem a ser mais envolvidos em atividades relacionadas com a juventude do que pais que estavam menos engajados com algum projeto com a sociedade.

  4. Os pré-adolescentes cujos pais passaram um tempo com eles em atividades como piqueniques, filmes, esportes, almoços, lazer, que ajudaram nos trabalhos de casa ou a ler receberam notas melhores na escola, em média, do que os adolescentes que os pais passaram menos tempo com eles.

  5. Para os rapazes, a falta da presença do pai foi significativamente correlacionada com problemas de conduta dos adolescentes, como o comportamento anti-social e de delinquência. A qualidade da presença dos pais foi medida pelos adolescentes respondendo um conjunto de 14 perguntas, como “quantas vezes seus pais falavam com eles, se apoiava suas mães em decisões ou aplicava disciplina”.

  6. Entre as adolescentes, aquelas que têm uma forte relação com seus pais são menos propensos a depressão. As meninas adolescentes mais velhas avaliaram que o relacionamento com seus pais a fazem ter menos tendência a depressão.

  7. Laços estreitos entre pai e adolescente protege contra a influência do uso de drogas. Neste estudo, os jovens que tinham uma relação mais próxima dos pais eram mais propensos a não fazerem uso de maconha, apesar de ter amigos que usavam drogas.

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  8. Entre uma amostra de adolescentes que não tiveram relações sexuais, as garotas que relataram ter uma estreita relação com seu pai durante a entrevista inicial da pesquisa eram menos propensas a relatar ter tido relações sexuais um ano depois, na entrevista de acompanhamento do estudo. As adolescentes que não relataram ter uma relação estreita com seu pai tinham mais tendência a ter tido relações sexuais no último ano.

  9. A ausência do pai foi associado com a probabilidade de que as adolescentes serão sexualmente ativas e irão engravidar ainda adolescentes. Esta ligação foi mais forte com as meninas que tiveram pais ausentes na infância. Em comparação com as taxas de gravidez de meninas cujos pais estavam presentes, as taxas de gravidez na adolescência eram sete a oito vezes maior entre as meninas cujos pais estavam ausentes no início de suas infâncias e duas a três vezes maior entre aqueles que sofreram a ausência do pai mais tarde em sua infância.

  10. Adolescentes meninos que relatam ter uma relação estreita com os pais são mais propensos a um casamento estável no futuro. Em comparação com os que não se sentem perto de seus pais, os adolescentes que se sentia perto de seus pais eram menos propensos a esperar que eles próprios teriam um divórcio no futuro.

Fazer parte da vida dos filhos, além de ajudá-los de várias formas como demonstram os estudos, também pode evitar que os pais vivam uma vida de remorsos por ter deixado passar fases tão importantes. O tempo não volta e as crianças crescem rapidamente. Aquele bebezinho vai se transformar em um adolescente num estalar de dedos. E, dependendo do tempo e valor dado a eles, pais e filhos podem se transformar em totais desconhecidos, abrindo um abismo emocional que irá repercutir para a vida toda do filho.

Porque a presença de um bom pai é tão importante quanto uma boa mãe

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.