Roer unhas pode estar relacionado a perfeccionismo
Roer unhas, arrancar os cabelos e cutucar a pele são hábitos ruins muito comuns de pessoas que cobram muito de si mesmas.
Michele Coronetti
Uma pesquisa da Universidade de Montreal e comentada neste artigo indica que o hábito de roer unhas, assim como outros que são voltados ao próprio corpo são relacionados a pessoas impacientes e que se frustram mais fácil que outras. A causa principal para esses sentimentos negativos normalmente é o perfeccionismo.
Segundo os estudiosos, pessoas assim dificilmente executam tarefas no mesmo ritmo que os outros, têm maior dificuldade em relaxar e cobram muito de si mesmas em suas responsabilidades. Sendo assim, se tornam mais frustradas, impacientes e insatisfeitas consigo próprias, especialmente quando não conseguem alcançar seus ideais. Elas também apresentam índices de tédio maiores que outras pessoas que não exigem tanto de si mesmas.
Para a realização do estudo, 48 pessoas previamente escolhidas foram submetidas à entrevista sobre como lidariam com sentimentos negativos como a raiva, tédio, culpa, ansiedade e irritabilidade. Depois, situações foram criadas para que elas pudessem mostrar como agiriam em circunstâncias específicas. No caso do tédio, a pessoa ficou em um lugar isolado por seis minutos. Com estes cenários, as atitudes contra o próprio corpo como roer unhas, torcer o cabelo e mexer na própria pele ocorreram mais frequentemente naqueles que relataram a falta de paciência e desejo de perfeição.
Pessoas que roem as unhas esporadicamente não precisam se preocupar.
A energia que a pessoa gostaria de canalizar para a execução de uma tarefa é ocasionalmente transferida para o ato contra o próprio corpo e serve para controlar emoções. Estar atento para não deixar que se torne um hábito é importante, afinal para se livrar dele as pessoas passam por momentos trabalhosos.
Para aqueles que desejam interromper essa compulsão, um tratamento um pouco mais profundo talvez seja necessário, controlando não apenas o ato em si de roer unhas, arrancar fios de cabelo, cutucar a pele e outros, mas buscando um autocontrole maior na área das emoções. Uma sugestão seria trocar o hábito por outro menos agressivo, como ter um elástico, bolinha de espuma ou moeda no bolso e brincar com ele, mexer nas próprias mãos, se concentrar em anotações ou paisagens, enfim, mudar o foco da ação. Aqui estão mais ideias para quem tem o hábito de roer unhas e deseja se libertar.
Os cuidados consigo mesmo também incentivam a eliminar os hábitos ruins. Manter unhas cuidadas, cuidar dos cabelos e admirar as próprias mãos ajudam visualmente a evitar os maus-tratos a estas partes do corpo.
Pessoas que roem as unhas são mais passíveis de infecções. A tricotilocomia (hábito de arrancar cabelos e pelos ou enrolar cabelos nos dedos) causa rarefação e calvície e ao cutucar certos locais da pele, normalmente a área próxima às unhas dos dedos, a proteção também fica comprometida. Contar com ajuda profissional, além de apoio de familiares e amigos, é válido para vencer este desafio.