5 sinais claros de que você tem depressão pós-parto, mas ainda não percebeu

Não deixe que o medo de ser julgada (e seus conflitos internos) a impeçam de admitir que está com depressão e precisa de ajuda urgente.

Erika Strassburger

Depressão pós-parto é mais do que apenas estar sensível, chorosa e triste por alguns dias após o nascimento do filho (o famoso “Baby Blues”, que afeta até 80% das mulheres). A DPP é uma doença séria que afeta de 10 a 15% das mulheres, de acordo com estatísticas americanas.

Em entrevista ao Dr. Dráuzio Varella, o médico psiquiatra Frederico Demetrio esclarece bem a diferença entre os dois quadros: “A tristeza pós-parto surge dois ou três dias depois de a mulher dar à luz, em cinco dias atinge o máximo e some em dez dias. A depressão instala-se lentamente; só de quatro a seis semanas depois do parto o quadro depressivo torna-se intenso. É uma doença que exige tratamento mais agressivo com medicamentos.” A boa notícia é que o tratamento costuma dar resultados com a maioria das mulheres.

Fatores que podem levar à doença

Há uma série de fatores podem levar a mulher a desenvolver um quadro de depressão depois da chegada do bebê:

  • Grandes alterações nos níveis hormonais, inclusive nos níveis de hormônio da Tireoide.

  • Cansaço excessivo.

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  • Insônia.

  • Sono interrompido.

  • Sentimento de inadequação ou incapacidade para lidar com o bebê.

  • Necessidade irrealista de ser uma mãe perfeita.

  • Sentir-se sobrecarregada.

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  • Estresse causado por mudanças no trabalho e na rotina da casa.

  • Achar-se menos atraente.

  • Falta de tempo livre.

  • Falta de apoio familiar e conjugal.

  • Crise conjugal.

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  • Quadros anteriores de depressão.

  • Dificuldade financeira.

  • Gravidez não planejada ou indesejada, entre outros.

Abaixo estão listados 5 SINAIS de ALERTA para a depressão pós-parto. Se você apresenta esses sintomas por mais de duas semanas, corra em busca de ajuda médica!

1. Tristeza desproporcional

Você sente uma tristeza intensa e duradoura, que pode vir acompanhada de crises de choro.

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2. Desânimo e sentimento de incapacidade

Você não tem ânimo para sair de casa – muitas vezes, nem da cama. Não quer se arrumar nem tomar banho. Sua autoestima fica lá embaixo. Sente-se incapaz de realizar as tarefas mais simples, como dar banho no bebê, ir ao mercado e arrumar a casa. Só quer “desligar”.

3. Sono e alimentação desregulados

Você sente vontade de dormir o dia inteiro ou fica rolando na cama porque o sono não vem. Da mesma maneira, pode surgir uma fome incontrolável ou você simplesmente não tem vontade de comer. Essas alterações no sono e no apetite acabam provocando alterações no peso e na sua aparência, o que afetará ainda mais sua autoestima, além da sua saúde.

4. Sentimento de raiva, rejeição e desinteresse pelo bebê – ou preocupação excessiva

Sentir raiva por ele não parar de chorar depois de ter feito tudo para acalmá-lo pode ser, até certo ponto, normal. Mas se a raiva for persistente e você não quer mais a criança por perto, não quer dar de mamar, não suporta mais ouvir seu choro, esse é um sinal preocupante.

Há também o outro lado da moeda. Você pode passar a ter uma preocupação excessiva com a criança, não quer deixá-la sozinha por um instante, pois tem medo de ela morrer. Se isso acabar afetando sua rotina e seu sono, é outro sinal de alerta.

5. Pensamentos suicidas e, em alguns casos, homicidas

Sim, a depressão pós-parto, assim como outros tipos de depressão, faz com que a mulher sinta vontade de sumir, dar cabo da própria vida. Mas, algumas delas desejariam que seu bebê sumisse, como relatou a jornalista Fabiana para a Revista Glamour. “Procurei um psiquiatra, que me perguntou se eu achava minha vida melhor antes da gravidez e se já havia considerado sumir com meu filho, matá-lo mesmo. Respondi que sim pra tudo. O diagnóstico: estava com depressão pós-parto, e aquilo poderia evoluir pra uma psicose. Em poucas palavras: havia chance de eu fazer mal ao meu filho”.

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Preconceito

Ainda há muito preconceito em relação à depressão pós-parto. As pessoas pensam e dizem coisas como: “Como pode ficar desse jeito, parece ingratidão! Ela acabou de ter um filho lindo, com saúde, deveria estar feliz!”. A jornalista citada acima disse que o comentário mais leve que ouviu de seus leitores foi “Você não merece ter útero!”.

Muitas vezes, a própria mãe não quer admitir que está com depressão, talvez por preconceito, talvez por medo de decepcionar as outras pessoas; mas, na maioria das vezes, é atormentada pelo sentimento de culpa. O fato é que o preconceito só piora o problema. Uma mãe nessas condições precisa de compreensão, sobretudo de apoio.

Tratamento

O tratamento geralmente é feito com antidepressivos aliados a outras terapias. Essa mãe, blogueira, contou que seu psiquiatra receitou, além dos medicamentos, duas receitas simples que está ajudando muito na sua recuperação: sair sozinha com o marido pelo menos a cada 15 dias e praticar atividades físicas.

Segundo artigo publicado no Harvard Medical School, o exercício físico é um forte aliado no tratamento contra a depressão, e, dependendo do caso, é suficiente para tratar a doença. Mas há vários fatores que precisam ser avaliados antes de ser definido o tratamento, coisa que somente um profissional habilitado pode fazer.

Se você identificou alguns desses sinais, corra em busca de ajuda. Faça isso pelo seu próprio bem-estar e segurança, e, obviamente, pelo seu bebê. Pois, segundo este estudo, “o estado depressivo da mãe pode repercutir negativamente nas primeiras interações com o bebê e, consequentemente, no desenvolvimento da criança.”

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.