Burnout Parental – você sofre desse distúrbio?
Sintomas incluem: Alterações no sono, dores de cabeça e tonturas.
Michele Coronetti
Uma pesquisa realizada por uma faculdade católica da Bélgica revelou que a Síndrome de Burnout, comum entre profissionais de áreas estressantes, pode ocorrer entre os pais, especialmente nos primeiros anos de vida dos bebês. Ela tem sido denominada Síndrome de Burnout Parental.
A vida depois que um bebê nasce costuma ser estressante por si só. Recuperação pós-parto, vacinas, pediatra, roupas sempre em dia, troca de fraldas constante, observação de mudanças de comportamento, noites em claro e mais uma infinidade de tarefas a serem feitas. Com tudo isso somado à cobrança da sociedade, o trabalho e a família, alguns pais apresentaram os sintomas da doença.
A pesquisa foi realizada com 2 mil pais e mães e 12% deles apresentaram os sintomas. Entre os pais o índice foi de 11,6% e entre as mães, 12,9%. O maior problema apresentado foi que os pais acabam culpando os pequenos pelo seu sofrimento e frustração e descontam suas ansiedades neles. Por isso é importante diagnosticar e encontrar uma solução para o distúrbio caso ele ocorra.
Sintomas
Os principais sinais da doença incluem:
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Sentimentos negativos constantemente, pensamentos de que nada vai dar certo, de que a pessoa não é capaz de fazer as tarefas ou de cuidar da criança.
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Cansaço extremo, físico e mental. Nem uma noite inteira de sono é capaz de superar o esgotamento.
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Apatia e falta de vontade de sair ou de fazer atividades antes prazerosas como sair com amigos. Estar com outras pessoas parece desanimador.
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Falta de concentração, sentimento de que está esquecendo algo o tempo todo.
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Desinteresse por atividades salutares como dormir o suficiente, praticar atividades esportivas e se alimentar corretamente.
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Cobranças internas de que não se está fazendo o suficiente.
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Alteração nos gostos pessoais que antes eram prazerosos como deixar de gostar de ver filmes e passar a não assistir mais.
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Priorizar os outros sobre as próprias necessidades, esquecendo-se de cuidar de si mesmo.
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Irritabilidade e alterações repentinas de humor, pendendo para a agressividade.
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Isolamento, mesmo das pessoas mais próximas como familiares.
Os sintomas psicológicos podem ser acompanhados dos físicos:
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Dores de cabeça
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Dores musculares
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Resfriados recorrentes
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Alterações no sono
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Palpitações
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Tonturas
Uma conversa com um profissional da psicologia identificará com certeza se os sintomas apresentados se tratam da Síndrome de Burnout e um tratamento poderá ser iniciado.
Tratamento
A psicoterapia é excelente para ajudar a superar e vencer o distúrbio. Algumas técnicas ajudarão a:
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Reorganizar. As tarefas podem ser colocadas no papel e serem analisadas as prioridades.
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Como agir com as surpresas. Quem tem filhos sabe a aventura que é e que um dia nunca será igual ao outro. Aprender a priorizar e a manter a calma em emergências faz parte da cura.
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Convívio. O profissional estimulará o sair com amigos e a diversão, pois é necessário para a melhora do quadro.
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Atividades relaxantes. Ver filmes, dançar, praticar jardinagem, cozinhar, fazer artesanato, genealogia e outros, sempre de acordo com o gosto pessoal.
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Atividades esportivas. Necessárias para o equilíbrio emocional e para eliminar o estresse acumulado.
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Alimentação equilibrada. Dar prioridade para alimentos pouco processados, alimentar-se de forma mais natural com mais frutas, verduras e legumes.
Mesmo com o crescimento dos filhos, a síndrome pode continuar devido à extensa jornada de trabalho, preocupação em suprir todas as necessidades materiais dos filhos, cursos que eles fazem, compromissos escolares e com os familiares e outros. Uma vez que os sintomas conseguem ser controlados e um equilíbrio é estabelecido, os pais podem sentir mais satisfação em sua rotina e os filhos não serão alvos de agressividade física ou oral.