3 maneiras de identificar a depressão infantil
A depressão infantil é uma doença grave que precisa ser tratada na infância, os pais precisam de ajuda profissional especializada para combaterem essa doença e salvar seus filhos.
Roberta Preto
No ano de 2014, quando visitei minha cunhada no hospital psiquiátrico, após mais uma de suas crises de transtorno bipolar, passei por uma ala em que avistei alguns pais com seus filhos, alguns com menos de 7 anos, todos estavam aguardando para serem atendidos pelo psiquiatra.
Segui com meu irmão e ele me apontou um grupo de adolescentes internados, eles eram jovens belíssimos, mas, com um olhar distante e triste. Havia entre eles uma adolescente linda, porém tinha marcas de corte no pulso, estava toda machucada. Então, meu irmão relatou-me que ali era o setor de adolescentes e crianças vítimas de depressão, ele também me contou a história daquela adolescente de apenas 14 anos.
A mãe chegara em casa e pegou ela pendurada numa corda. Conseguiu salvá-la e isso não era apenas a primeira tentativa, ela já havia cortado os pulsos também, por isso a mãe foi obrigada a interná-la, ela não sabia mais como salvar sua filha.
Segundo o site Minha Vida, de 3% a 8% dos adolescentes e de 1% a 2% das crianças em fase pré-escolar sofrem de depressão infantil.
Para o psiquiatra Dr. Ivan Mario Braun, acredita-se que uma em cada cinco crianças apresentarão um quadro depressivo, alguns mais leves, já outros mais graves. A depressão tanto em adultos como em crianças possui a mesma gravidade quando não tratada, pois ambas levam à morte.
Observe as 3 maneiras de identificar a depressão infantil:
1. Expressão emocional
Em conformidade com o site DrauzioVarella nos adultos é mais fácil de identificar a depressão, pois a maioria sabe expressar de forma clara quando algo não vai bem, diferente das crianças que carecem dos pais para identificar seu estado emocional.
A maioria das crianças não está apta ainda para identificar as próprias emoções, como quando estão muito irritadas, ansiosas, tristes ou com dificuldades de envolverem-se em atividades e até de sentir prazer nelas.
2. Agressividade
De acordo com amédica psiquiatra Dra. Sandra Scivoletto, responsável pelo Ambulatório de Adolescentes do Hospital das Clínicas da FMUSP, a depressão pode estar empregada ao sinônimo de tristeza, entretanto, ela é uma doença tão grave que tem pouco a ver com esse sentimento e, por isso, os pais precisam atentarem-se ao comportamento dos filhos, principalmente nos meninos.
Geralmente, as meninas expressam suas dores através das lágrimas, já os meninos usam a violência como arma de defesa, entretanto, é importante lembrar que nem sempre um filho agressivo é uma criança ou adolescente violento, mas, sim, uma criança ou adolescente depressivo que está expressando sua dor ou pedido de socorro através da violência.
3. Sem iniciativa
Assim como os adultos depressivos não encontram alegria e ânimo em fazer coisas prazerosas, o mesmo sucede com a criança e adolescente com depressão, eles tornam-se acuados diante das situações, perdem a inciativa para tudo e deixam de aprender as lições necessárias tanto na escola como na vida. Não se envolvem em atividades físicas, perdem o sono e até mesmo o apetite e, infelizmente, são dominadas pelo medo excessivo que os aprisionam de uma forma cruel e duradoura.
Lembre-se que a depressão nunca foi e nem será um capricho ou frescura, nem de adultos tampouco o será para crianças e adolescentes.
A depressão é uma doença que já ceifou e continuará ceifando vidas, ela não escolhe idade, simplesmente mata aqueles que nós mais amamos com apenas um descuido de nossa parte.
O único meio de libertar nossos familiares sejam adultos, crianças ou adolescentes dessa doença maldita é através do apoio da família, amigos e principalmente de profissionais especializados.