4 motivos que vão fazer você refletir na hora de dar ou não um tablet para uma criança antes dos 9 anos
Você já pensou nos benefícios e nos malefícios ao dar um tablet para uma criança pequena? Leia este artigo antes de tomar uma decisão.
Mônica Pessanha
Este artigo foi publicado originalmente no É inegável que os mais novos já chegam ao mundo imersos num contexto de alta tecnologia. Como as descobertas e mudanças na área principalmente da tecnologia da informação acontecem muito rápido, os pais acabam preocupados se os filhos estão atrasados em termos de familiaridade com a tecnologia. Algumas escolas já utilizam o tablet como ferramenta pedagógica nas salas de aula, até mesmo no maternal.
Daí surge a questão: dar ou não o tablet ao filho. Isso vai depender muito do contexto familiar em que essa criança vive. Uma família ligada em tecnologia talvez ache importante o uso dessa ferramenta muito cedo.
Se os pais optarem por dar um tablet para uma criança pequena, é bom estarem cientes de que a probabilidade de ser quebrado é bem maior do que a de uma criança de 9 anos. Se os pais têm consciência disso e não culparão o pequeno por qualquer eventualidade, não vejo porque não fazê-lo.
Idade ideal para permitir o uso dos tablets
Entre 1 e 2 anos a criança já se sente atraída pelos dispositivos. Como os aplicativos dão respostas imediatas com apenas um click, a criança nessa faixa etária tem muita curiosidade por eles. Mas assim que brincam um pouco ficam logo satisfeitas, perdendo o interesse.
Sendo assim aguarde até os 4 ou 7 anos, quando elas já conhecem melhor os jogos e aplicativos, sabem manusear melhor o tablet.
Pesando todos os prós e contras penso que a idade ideal para que uma criança tenha seu próprio tablet seja a partir dos 9 anos. Nessa idade ela já tem uma consciência melhor do que é certo ou errado e também poderá cuidar melhor do aparelho, que não é barato.
Vantagens do uso
1. Estimula o desenvolvimento de várias áreas
2. Estimulam a atividade cerebral das crianças, é importante lembrar que as pesquisas nessa área nem sempre são unânimes quanto a tais resultados, mas desde que usados de forma ponderada, tem-se mais a ganhar do que a perder com os jogos e aplicativos para tablet.
3. Desenvolvem o raciocínio lógico e a criatividade como, por exemplo, sair de um labirinto.
4. Estimulam o LOBO FRONTAL que é responsável pelo pensamento, planejamento, comportamento, memória, emoção e movimentos voluntários, utilizando aplicativos com música, leitura, brincadeiras, movimentos corporais (como a dança).
5. Aplicativos práticos que ajudam as crianças a cuidarem das finanças. Há jogos em que a criança se torna responsável por um personagem que tem que trabalhar, pagar contas e comprar comida. Assim, ela aprende brincando noções de finanças pessoais.
6. Mais econômico – cabe lembrar que em termos financeiros, a compensação vem com o tempo: o tablet é um objeto caro, mas há muitos aplicativos gratuitos e os pagos custam muito menos que jogos de videogame, por exemplo.
Cuidados com o uso
1. Controle do tempo de uso
A tecnologia trouxe várias vantagens, porém, trouxe outros problemas como o vício. Existem pessoas que hoje não conseguem viver longe da tecnologia. Na Europa existem clínicas especializadas em tratar pessoas que são viciadas em internet.
Leia: Detox de tecnologia para a crianças – e para os pais
É preciso lembrar que tempo demasiado na frente das telas (aqui não me refiro só a do tablet) acaba invadindo o tempo para outras atividades importantes para o desenvolvimento da criança, como comer, dormir, brincar, fazer exercícios e conversar. As telas não devem consumir o tempo de brincar.
O tempo total de uso não deve ser mais do que duas horas diárias, levando em consideração as outras atividades que as crianças terão que realizar.
2. Segurança online
Diferentemente do computador, a criança não precisa estar conectada à internet para usar a maioria dos aplicativos – o que evita que ela visite sites que os pais não gostariam. Isso também torna o ambiente limitado, pois os pais devem colocar uma senha para baixar novos apps.
Os pais devem verificar os jogos adequados para a faixa etária.
Outra opção para os pais são os livros em versão para tablet. As histórias desses livros ganham vida com sons, imagens em movimento e ações que podem ser feitas pela própria criança. Vale lembrar que os pais devem estar atentos para verificar se efeitos sonoros e visuais não prejudicam mais do que ajudam a criança.
Leia: Inspirando os filhos a gostarem de literatura brasileira
A última e mais importante dica de controlar o uso de aplicativos em tablet pelos filhos é: nunca deixem seus filhos jogarem online nem acessar sites sozinhos para baixar aplicativos. Nos jogos online, principalmente aqueles em que as crianças jogam com a participação de uma outra pessoa do outro lado da rede. Jogos online são perigosos por vários motivos, mas entre eles está o fato de eles poderem esconder redes de pedofilia.