5 maneiras de falar com as crianças sobre morte e tragédias
Assuntos que não são muito agradáveis de serem abordados, porém necessários, quando acontecem.
Michele Coronetti
Os acontecimentos da vida de cada um nem sempre são de alegria e paz. Pode acontecer a qualquer um o falecimento de um ente querido em um momento inesperado. Catástrofes naturais podem ocorrer e afligir familiares ou as próprias pessoas. As crianças podem não entender muito bem porque isso acontece, pois nem mesmo muitos adultos compreendem.
Como os pequenos veem em seus pais seu esteio, caberá a eles ajudar a tratar destes outros assuntos incômodos, sempre lembrando que a criança pode não estar preparada para entender alguma coisa e seguindo seu ritmo. Algumas dicas podem facilitar aos pais que também não sabem muito como agir nestas situações:
1. Quando a criança não fala nada sobre o assunto
Pode ser muito assustador para os pais pensarem que devem abordar o assunto delicado de uma morte na família ou outra tragédia. Porém, eles devem se lembrar que a criança pode ter uma interpretação errônea sobre o assunto. Se ninguém falar nada ela pode imaginar que o assunto não deve ser comentado e pode ficar com sentimentos ruins acumulados e com medo de abordar este tipo de assunto no futuro. Uma dica seria começar a falar que alguma coisa triste aconteceu e perguntar se a criança ouviu ou soube de algo. Então, uma abertura é formada e ela pode prosseguir fazendo suas perguntas ou falando de seus sentimentos. Incentivar e não reprimir a criança é algo valioso para sua psique.
2. Como saber o que contar?
A maturidade ajudará a saber até onde contar e quais detalhes não precisam ser revelados. Algumas coisas podem traumatizar dependendo da idade e os pais deverão ter esse entendimento para explanar o necessário sem prejudicar. Outra situação pode ser que a criança soube de outra forma e até viu imagens que ficaram em sua mente. Responder às perguntas com sinceridade será adequado, sempre se colocando no lugar da criança de acordo com sua faixa etária.
3. O que fazer quando o filho não quer falar a respeito?
Às vezes pode demorar para que a criança ou adolescente fale a respeito. O luto é necessário e individual. Porém, pensar que está tudo bem e que não é mais necessário falar sobre o assunto é algo que pode ser perigoso. Depois de um tempo convém aos pais perguntar algo sobre o ocorrido para entender se realmente está tudo bem e dar abertura ao diálogo. Pode ser que a hora para conversar a respeito do assunto tenha chegado. Perguntas sobre sentimentos costumam ser boas para essa abertura. Os pais podem, por exemplo, dizer que estão tristes com o acontecimento ou que estão com raiva e isso pode ajudar o filho a também manifestar seus sentimentos. Pais devem evitar contar com os filhos para apoio emocional.
4. Essas coisas ajudarão a transmitir segurança
Abraços, ouvir a criança mesmo que seja sobre outros assuntos, evitar a exposição a notícias e redes sociais para evitar acesso demasiado ao assunto, manter a rotina e praticar a religião juntos. Quando o filho sente segurança ele confiará mais e entenderá que as coisas acontecem e que independente delas é preciso seguir em frente.
5. Ajudar a manter a esperança
Criticar as pessoas e culpar os outros pelos acontecimentos trágicos não ajuda. Culpar Deus também não é uma boa saída. Explicar que as pessoas possuem liberdade de escolha e nem sempre irão optar pelo que é melhor para a maioria das pessoas pode ajudar. Acidentes também acontecem por falhas mecânicas. A natureza também pode entristecer com tragédias. Buscar oportunidades de ajudar as pessoas em acontecimentos difíceis mostra que a preocupação com o ser humano é maior que os fatos. Crianças e adolescentes que praticam voluntariado em qualquer situação são mais humanas e compreensivas.
Assuntos difíceis podem ser abordados de forma mais pacífica quando há maior preocupação e amor. Resolver questões difíceis como estas com os filhos auxilia em seu desenvolvimento para toda a vida pois, apesar de não serem muito rotineiras, tragédias podem acontecer a qualquer momento e ferir sentimentos de crianças e adultos.