A maioria das pessoas não tem essa conversa ESSENCIAL com seu médico
Quando você vai ao médico, como você pode colaborar para aumentar as chances de o médico acertar o diagnóstico de seu incômodo ou enfermidade? O que o médico precisa saber sobre você para isso?
Luiz Higino Polito
O médico não é adivinho e nem vidente, por isso, quanto mais informações ele tiver sobre o paciente e sobre o que o está incomodando, mais chances de acertar o diagnóstico na hora da consulta ele terá. O maior beneficiário desse acerto do médico no diagnóstico será o próprio paciente.
Tomada de Decisão Compartilhada
Como podemos então colaborar no que é conhecida como “Tomada de Decisão Compartilhada”, ou seja, paciente e médico colaborando na hora do diagnóstico, visando um maior acerto nas decisões quanto ao bem-estar do paciente?
Num artigo escrito pela Dr.ª Melissa J. Armstrong, Neurologista e Professora na Universidade da Flórida, EUA, ela diz que “há um tópico dos cuidados de saúde que podemos controlar: o que falamos com o nosso médico.”
Na relação entre médico e paciente, o ideal é que a atenção deva ser sempre centrada no paciente, mas o que parece ser tão óbvio, não é sempre o que acontece. E não acontece, às vezes, porque o paciente, em vez de ajudar, pode dificultar ao médico fazer um diagnóstico ou tomar a decisão mais precisa.
O que o paciente deve falar e o que não deve falar ao médico?
Visto que “os cuidados de saúde se centram em você, seu médico precisa conhecer seus valores, preferências e necessidades.”, diz a Dr.ª Melissa Armstrong.
Sempre que tiverem oportunidade, portanto, os pacientes devem ajudar o médico a conhecê-los por inteiro, a conhecerem suas necessidades, preferências e valores. Como dizer tudo isso para o médico, no tempo às vezes curto demais de uma consulta médica pode ser um grande desafio, porém o paciente deve aproveitar o máximo possível o tempo que o médico lhe fornecer, para ser o mais claro possível.
Um diagnóstico e subsequente medicação receitada para “…uma viúva de 76 anos, cujo objetivo principal é (o de somente) permanecer (mais) independente em sua casa”, conforme explica a Dra. Melissa, é diferente da situação de “…um estudante universitário estressado (que) vem ao meu consultório por um tremor incômodo, (cuja) preferência é evitar medicamentos que ele possa esquecer de tomar ou que possam prejudicar o seu desempenho da escola.”
A quantidade dos medicamentos receitada (ou mesmo de nenhum medicamento) deve ser pesada de acordo com as necessidades, desejos, preferências e objetivos de cada paciente. O médico, de forma mais apropriada, deve saber discernir (fazendo perguntas e observando o paciente), quando e quanto medicar cada um deles. Cada caso é um caso.
E ao compartilhar seus valores com o médico, o paciente estará colaborando muito para que um tratamento mais eficaz lhe seja ministrado.
Efeitos colaterais do tratamento
O médico, de uma forma ideal, deve também informar o paciente (e seu cônjuge, se for o caso), quanto aos efeitos colaterais que os medicamentos receitados poderão causar ao paciente, e que efeitos tais remédios terão na sua produtividade para trabalhar, por exemplo.
“Com tantas opções e tanta incerteza em medicina, (reconhece a Dr.ª Melissa) o cuidado individualizado é crítico. Isso acontece de forma mais eficaz se (o paciente) e seu médico estiverem na mesma página sobre seus objetivos e necessidades.”
Conhecer seus próprios objetivos na vida
Conhecer a si próprio, através de uma introspecção constante, é importante para que cada um saiba quais são seus principais objetivos na vida, e assim saber explicar em poucas palavras, quando estiver num tratamento médico, o que espera da vida e do médico, de forma realista.
Isso muito ajudará o médico a agir de forma consciente ao medicar apropriadamente cada paciente.