Amamentar de 3 em 3 horas, saiba porque eu nunca fiz isso

Você amamenta seu bebê de 3 em 3 horas? Eu nunca fiz isso e vou contar por quê.

Stael Ferreira Pedrosa

Um dos grandes problemas do ser humano é afastar-se da sua natureza e apegar-se a conceitos criados por outros seres humanos, sobre o que é bom ou ruim. Não creio ser por nada que temos nossos instintos. Eles nos guiam assim como guiam os animais e afastar-se deles é afastar-se da sabedoria interior que todos temos. O que, claro, não significa que devemos ser guiados por eles em todos os assuntos, mas naquilo que nossa intuição fala mais alto, geralmente é o caminho certo.

Com relação à maternidade, existem provas cabais de que o instinto e a intuição maternos não costumam falhar.

Uma pesquisa da Universidade de Oxford, publicada em 2009, veio esclarecer melhor os fatos. Segundo a pesquisa existe uma região no cérebro que é responsável pelo instinto maternal. Uma das evidências apontadas é o fato da mãe estender os braços para acolher o filho e oferecer-lhe o peito logo após o parto, mesmo se for o primeiro filho. É algo vindo do instinto maternal.

Também é muito comum a mãe acordar caso o filho pare de respirar durante o sono. Para isso é necessário estarem no mesmo ambiente. Por isso é que meus bebês nunca dormiram em quarto separado nos primeiros meses.

Com relação a mamadas, o que seu instinto diz?

É muito comum os pediatras instruírem as mães para amamentarem os bebês de 3 em 3 horas, 20 minutos de cada lado.

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Nunca acreditei nisso. Sou adepta da livre amamentação por demanda. Afinal o bebê sabe quando está com fome e não o pediatra. Portanto, era só chorar que ganhava colo, mamadas e a cama da mamãe.

Leia:3 razões para não deixar o bebê chorar

Felizmente a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) andou retificando alguns conceitos antigos e errados, tais como a amamentação de 3 em 3 horas: “A mãe é aconselhada a dar o peito sempre que seu filho solicitar”, diz a presidente do Departamento de aleitamento materno da SBP, Valdenise Tuma Calil.

São muitas as vantagens da “livre demanda”

  • Evita a perda de peso do bebê, crucial nos primeiros meses de vida

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  • Evita obesidade no futuro, pois a criança aprende a lidar com a saciedade

  • Estimula a produtividade e melhor qualidade do leite materno

  • Previne o empedramento do leite e as dores consequentes

  • Aproxima mãe e filho

  • Evita o estresse por fome ou afastamento da mãe

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  • Melhora o sono do bebê

  • Melhora a forma corporal da mãe (volta ao normal mais rápido)

Leia: Como amamentar seu bebê

E durante a noite?

Continuam as vantagens da livre demanda. Para isso, é necessário dormir perto do bebê. A mãe pode amamentá-lo sem precisar se levantar e continuar dormindo enquanto amamenta, o que contribui para um melhor descanso de ambos.

Além disso há muitas outras vantagens de dormir próximos, como evitar a morte súbita no berço, que é quando o bebê para de respirar. Se a mãe estiver próxima, ela tende a acordar seja por instinto ou pelo possível barulho da criança engasgando.

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Ainda segundo especialistas, a respiração da mãe conduz a do bebê durante o sono de ambos.

Dormir com o bebê também evita outros possíveis problemas como acidentes, choro durante a noite, levantar-se diversas vezes, etc. Propiciando maior descanso e qualidade de sono a toda família. Sem contar os laços de amor que crescem entre mães e filhos.

Até os 6 meses?

Amamentação exclusiva até os 6 meses é fundamental. Após os seis meses continue amamentando, mas introduza outros alimentos. E deixe a criança mamar enquanto ela desejar. O ideal é até os dois ou três anos. Isso aumenta a independência da criança (ao contrário do que se pensa). Dá mais segurança e favorece a imunidade. E outras vantagens que este site lhe conta. Criança que mama até mais de dois anos, adoece menos do que as que desmamam cedo. Portanto, deixe a natureza falar.

Se você não pode amamentar não se sinta mal e tente entender o que acontece.

Leia: Porque você não deve se sentir mal por não amamentar

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.