Câncer de mama e contraceptivos hormonais: nova pesquisa mostra a relação

O medicamento tem sido cada vez mais criticado por pesquisadores da área da saúde.

Michele Coronetti

Uma nova pesquisa realizada recentemente e publicada no periódico científico The New England Journal of Medicine, enfatizou a relação entre o câncer de mama e a utilização de contraceptivos hormonais. Pílulas anticoncepcionais, adesivos, anéis vaginais, implantes, injeções e DIUs com hormônios são responsáveis por elevar o risco de desenvolvimento da doença em até 20%.

O estudo foi realizado por 11 anos na Dinamarca com 1,8 milhões de mulheres entre 15 e 49 anos de idade que inicialmente não tinham qualquer sinal de câncer nem nódulos ou coágulos e nem que teriam realizado tratamento para infertilidade e mostrou que o uso recente dos contraceptivos hormonais aumentou a probabilidade de desenvolver a doença quando comparado com mulheres que não fizeram uso dos contraceptivos na taxa mencionada acima.

Outra observação foi que a probabilidade mudou de acordo com a idade da mulher e também com o tempo de utilização do medicamento. Quanto maior o tempo utilizado, maior a probabilidade.

Em mulheres com mais de 40 anos a taxa se mostrou muito alta e a recomendação do artigo científico é que mulheres nessa faixa etária optem por outras formas de contraceptivos não hormonais como o DIU de cobre, preservativos ou mesmo a laqueadura, no caso de já terem gerado filhos.

A interrupção do contraceptivo após 5 anos de uso contínuo não alterou muito a taxa de probabilidade nas mulheres pesquisadas, demorando a baixar. Já as que utilizaram contraceptivos hormonais em um curto período de tempo e pararam, o risco diminuiu rapidamente.

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Apesar de seguro e prático, os contraceptivos hormonais têm se mostrado prejudiciais para as mulheres ao longo dos anos e a indicação é que métodos mais naturais sejam cogitados. Com a tecnologia, muita coisa mudou desde o tempo das avós e foram aperfeiçoados além de se tornaram mais eficientes.

O alerta não é recente e vêm sido motivado para preservar a saúde das mulheres e evitar transtornos maiores como tratamento para o câncer de mama. A busca por alternativas mais saudáveis e naturais deve continuar, segundo o professor David Hunter, da Universidade de Oxford, Inglaterra.

Mulheres que desejam interromper o tratamento hormonal e mudar para um mais natural devem conversar com seu médico e avaliar quando isso deverá ser feito a fim de evitar surpresas desagradáveis e escolher o método mais compatível com sua personalidade e necessidades físicas. A interrupção hormonal repentina pode causar efeitos colaterais ou uma gravidez indesejada.

Contraceptivos hormonais muitas vezes são indicados para tratamentos de cólicas muito fortes, sangramentos superiores ao normal ou outros casos específicos. Eles atuarão como medicamentos e serão necessários para a cura efetiva e diminuição dos sintomas. Realizado o tratamento, o uso do contraceptivo pode ser abandonado seguindo as instruções médicas. Nestes casos, o benefício à saúde será maior que os riscos do desenvolvimento do câncer de mama.

Uma vida mais saudável em geral acompanha a boa saúde das mulheres. Portanto, não adianta abandonar o contraceptivo e continuar alimentando-se de maneira incorreta, não praticando exercícios físicos e cultivando vícios prejudiciais à saúde como o fumo, álcool e uso de drogas ilícitas.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.