Guarda compartilhada: Como repartir o tempo dos filhos com ambos os pais?

Calendário para guarda compartilhada. Como ocorre a repartição do tempo com os filhos na guarda compartilhada?

Adriano Ryba

Quando os pais se separam, a adesão ao formato de guarda compartilhada é prioritária e esta modalidade vem sendo aplicada com muito êxito.

Mesmo em casos de conflito, os tribunais entendem que dividir a convivência das crianças acaba sendo o mais benéfico.

Nem sempre ocorre uma repartição matemática do tempo, é preciso bom senso e sensibilidade de acordo com a idade e a adaptação dos filhos.

Como funciona a guarda compartilhada na prática?

Os filhos ficam uma semana com cada pai, ou uma quinzena, ou até mesmo em dias alternados? Não existe uma regra, deve-se avaliar as peculiaridades de cada caso. Abaixo, explicamos os formatos de convivência mais usuais e quando são recomendáveis.

Leia: Saiba todos os detalhes de como funciona a nova lei de Guarda Compartilhada

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Formatos de convivência para a guarda compartilhada:

1. Dias úteis fixos e intercalam-se os finais de semana

Quando as crianças costumam praticar atividades extraclasse e um dos pais tem o hábito de acompanhá-las, fica bem complicado se naquele dia da semana muda o guardião periodicamente. Por exemplo, se o filho tem psicoterapia/natação/ballet nas terças-feiras e sempre a mãe (ou o pai) leva para as sessões/aulas. Para essas famílias, o formato de guarda compartilhada de dias fixos é o mais indicado.

Pernoitam com a mãe todas as segundas e terças, enquanto nas quartas e quintas ficam com o pai (apenas um exemplo, pode ser o inverso). Os pernoites de sexta, sábado e domingo são intercalados entre os pais.

Com isso, permite-se que ambos os pais tenham oportunidades de viajarem sozinhos ou com os filhos, permitindo que as crianças sejam devolvidas e entregues diretamente na escola.

Exige que os pais sejam pontuais e disciplinados, pois não há como enviar mochila de roupas para escola a cada dois dias. Ambos precisam desenvolver uma estrutura própria para os filhos em suas casas.

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2. Quatro dias com um, dois dias com outro, um dia com outro novamente

Assim como no formato anterior, os filhos não ficam longos períodos longe de ambos os pais. A vantagem nesse é que nenhum dos pais se beneficiam de um dia da semana que ambos queiram conviver com a prole.

Sempre planejamos tomando por base uma quinzena, depois repete-se tudo novamente. De segunda à quinta com a mãe, sexta e sábado com o pai, dorme o domingo com a mãe; na semana seguinte o inverso, segunda à quinta com o pai, sexta e sábado com a mãe, dorme o domingo com o pai.

Durante os dias úteis, a convivência nesse tipo de guarda compartilhada é praticamente uma semana em cada casa, passando os dias de descanso com o outro e voltando no domingo à tardinha para se preparar para a semana seguinte invertida. A desvantagem é que exige o contato entre os pais no domingo, não podendo usar a escola como local de troca.

3. Dois dias com um, dois dias com o outro, mais três dias para o outro

Muito parecido com o primeiro formato de guarda compartilhada, mas semanalmente se invertem os dias úteis com cada pai. Por exemplo, numa semana o pai fica na segunda e na terça, enquanto a mãe fica na quarta e na quinta, invertendo na semana seguinte. O final de semana (sexta, sábado e domingo) possui uma alternância própria. É o formato em que os filhos não ficam mais de três noites longe de nenhum dos pais.

4. Demais formatos

Ainda existem as semanas alternadas (sete dias com cada), quinzenas alternadas ou mesmo meses intervalados. Porém, todos esses dificultam que a criança se sinta à vontade em um ambiente que costuma ficar tantos dias longe. São esses formatos que geraram tanto preconceito com a guarda alternada. Para os períodos de férias e datas festivas, costuma-se aplicar um regramento próprio, os quais serão objeto de texto próprio.

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Conclusão

Mais do que compartilhar as responsabilidades parentais (participar em escola, tratamentos médicos, eventos religiosos), a parentalidade do Século XXI pressupõe igualdade de papéis entre mãe e pai. Os vínculos de afetos devem ser construídos com respeito à importância que cada um possui para o filho. A melhor maneira de evitar a Alienação Parental é permitindo um convívio estruturado e regrado por ambos os pais.

Leia: Alienação parental: 4 formas de proteger seus filhos deste lamentável drama familiar após a separação

De acordo com as particularidades de cada família, será estudado o formato de convivência mais adequado. Não existe uma fórmula pronta, apenas sugestões e ideias que se mostraram exitosas.

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