Jovens que ficam on-line por 5 horas ou mais por dia apresentam sintomas de depressão
A preocupação dos pais quanto ao tempo que seus filhos adolescentes ficam on-line tem fundamento, segundo pesquisa.
Michele Coronetti
Uma pesquisa publicada pela revista Clinical Psychological Science apontou que 48% dos jovens que passam 5 horas por dia ou mais on-line, seja em um computador ou no celular, apresentam sintomas de depressão e pensamentos suicidas.
Entre o período de 2010 a 2015 a depressão subiu entre as meninas adolescentes em 58%. Nos meninos a diferença foi de 9%. O estudo propõe que a popularização dos smartphones colaborou para que os índices subissem tanto.
O tempo recomendado para jovens permanecerem on-line é de até 2 horas por dia, porém, na prática, não é isso que ocorre. O período utilizado é muito maior e os problemas estão começando a ser sinalizados. Pais precisam estar atentos ao comportamento de seus filhos e impor regras a fim de evitar que doenças indesejadas se instalem. Os sinais podem ser claros ou mascarados, por isso é importante ter um bom relacionamento com o filho.
É claro que existem muitos fatores que contribuem para doenças como a depressão que não são o uso exagerado da internet. Situação econômica, falta de exercícios físicos, dietas desequilibradas e outros fatores externos como a pressão dos colegas são alguns dos mais notados por especialistas.
Para os responsáveis, esse problema é mais um dos grandes desafios que os adolescentes proporcionam. A evolução das dificuldades que afetam e prejudicam o período da adolescência pode não ser muito bem entendida pelos pais e por outras pessoas mais velhas, cuja visão é diferente desta geração.
Portanto, tirar um smartphone de um adolescente para que ele não desenvolva uma depressão seria um erro, pois os jovens veem o produto como uma necessidade e não como um brinquedo ou luxo. A sociabilidade mudou com o tempo, os recursos tecnológicos também e não há como voltar atrás.
O melhor para os pais é sempre ter uma conversa franca com os filhos. Castigos e inimizades não contribuem nessa fase, pelo contrário, aumentam mais ainda a insegurança natural da adolescência. Eles precisam de atenção e limites na medida certa e nem sempre é fácil encontrar o necessário em cada caso.
A ajuda de especialistas é sempre bem-vinda para ajudar no estabelecimento das regras e limites e para que ambos, pais e filhos, possam se compreender melhor. O diálogo aberto e a segurança sentida pelo jovem ajudam a superar possíveis problemas e dificuldades com depressão ou pensamentos insalubres.
Perceber como o filho interage com os colegas e estar alerta para situações de risco como modismos e bullying também ajuda a entender quando o adolescente se mostra depressivo ou distante. Filhos precisam da assistência de pessoas que confiam e ninguém melhor que seus próprios pais para mostrar o caminho mais saudável e guiar nas decisões difíceis do período.