O Brasil, a Política e a Economia
A Política afeta a Economia, e a Economia afeta todos nós. Por isso, Política deve nos interessar muito, principalmente neste momento delicado pelo qual o Brasil passa agora.
Luiz Higino Polito
Num artigo escrito recentemente, Por que devemos nos interessar por política?, eu disse que “Muita gente não se interessa por política, porque a acha suja demais, ou porque (pensam que) não lhe diz respeito”._
O nosso dia a dia está mostrando claramente que a política está afetando cada um de nós, brasileiros.
Sentimos os efeitos da crise que se abateu sobre todo o Brasil, onde poucos podem dizer que não se sentem preocupados com o dia de amanhã.
Será que estarei empregado no mês que vem? Será que minha firma superará essa crise? Poderei pagar as dívidas no banco ou, pior que isso, poderei pagar as contas de água, luz, internet e comprar os alimentos necessários para minha família?
Questões dramáticas que os brasileiros enfrentam
Essas perguntas que fiz acima estão na mente de grande parte dos brasileiros! E como as responderemos? Haverá uma saída milagrosa para o nó que estamos vendo na política, e que está se tornando cada dia mais difícil de ser desatado?
Aprendendo a se politizar
Conforme escrevi no outro artigo, o Dicionário Aurélio ensina que política é a “Ciência do governo das nações”. Política é a ciência de governar o povo, portanto.
E nós estamos notando, nestes dias, que o povo brasileiro finalmente acordou para as questões políticas! Todos debatem política, no trabalho, nos ônibus, em casa e muitos saem às ruas defendendo esta ou aquela posição.
Incontáveis brasileiros escrevem nas redes sociais, e o debate esquentou.
Só que o debate não só esquentou: ele ferveu. Passou do ponto. Está se tornando perigoso. Por quê?
Porque estamos vendo se formar dois grupos de brasileiros, de tamanhos diferentes, mas também de recursos diferentes. Estamos vendo esses dois grupos se tornarem intolerantes um com o outro, deixando de debater ideias e apelando para a violência, e indo por um caminho que ninguém sabe onde pode acabar.
Leia: O Brasil que queremos
Este é um momento que precisamos de muita tolerância
Ser tolerante é poder discordar das ideias dos outros, mas sem perder o respeito e nem a amizade deles. É defender os próprios pontos de vista sem apelar para a violência, mas sim somente para a persuasão. É usar argumentos e não gritos, porque nenhuma mentira se torna verdade só porque é gritada ou repetida mil vezes.
A democracia brasileira está passando por um duro teste. Todo radicalismo é perigoso, e como já foi dito há muito tempo, precisamos nos lembrar de que “A virtude está entre os dois extremos” (Aristóteles).
Desigualdades imensas
O Brasil, com uma população estimada em 200 milhões e 400 mil habitantes, é notoriamente conhecido pelas suas grandes desigualdades sociais. Nos últimos anos, a pobreza extrema de muitos lugares do país diminuiu, mas os recentes acontecimentos, juntamente com a grave crise estão fazendo com que tudo volte a ser como antes, ou pior, se nós brasileiros não encontrarmos uma saída.
Uma saída democrática, onde não seja necessária a comoção intestina de brasileiros, numa violência onde todos perdem e ninguém ganha, a não ser os que só se alegram vendo o circo pegar fogo. Só que tais pessoas se esquecem de que todos nós estamos dentro do circo…
Buscando saídas
Uma vez que notamos que a maioria do povo está descontente com todo o sistema político atual, (e isso parece ser um fenômeno mundial) os governantes e legisladores devem ter a coragem de agir de forma a pensar no Brasil e não só em seus próprios mandatos.
Os congressistas precisam trabalhar para que se obtenha uma governabilidade tal que seja suficiente para que vençamos tal crise econômica, e o Brasil possa seguir em frente, sair dessa paralisia em que está, senão nem eles (os políticos) se safarão das consequências.
Patriotismo, que é o amor à Pátria (e não aos governantes) deve ser lembrado e sentido por todos nós, brasileiros, porque o Brasil é muito maior do que todos os seus desafios. O Brasil é um país em que, como disse Cabral, através da carta escrita por Pero Vaz de Caminha, “em se plantando, tudo dá“. O Brasil é riquíssimo em recursos naturais. Os brasileiros têm uma criatividade invejada por muitos estrangeiros.
Acima de tudo, o brasileiro tem “casca grossa”, já superou tantas crises que não deveria se apavorar com mais essa, que também será superada, no seu próprio e devido tempo.
Mas que seja superada com diálogo, com tolerância e com democracia.
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