Quem tem medo da morte?
Se você tem medo da morte, você não está sozinho. A maioria das pessoas tem medo da morte, mas depois da leitura deste artigo, talvez sua visão da morte mude bastante.
Luiz Higino Polito
Se tem uma coisa que temos certeza, é que assim como nascemos, um dia vamos morrer. E isso tem assustado quase todos os seres humanos, desde tempos imemoriais.
E quando perdemos um ente muito querido, nossos pensamentos e sentimentos se embaralham muito, e junto com o sofrimento de perder alguém para a morte, vem a frustração de termos de reconhecer que somos tão ignorantes sobre a morte, que o consolo próprio e dos parentes fica muito difícil.
Mas felizmente existem pessoas inspiradas que podem nos dar muita luz a respeito da morte, e de como encará-la com naturalidade, assim como encaramos o nascimento de um bebê. A morte faz parte da vida, e quanto mais a encararmos de forma correta, menos sofreremos de medo dela, e menos sofreremos quando algum parente ou amigo partir dessa vida para o outro lado.
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Duas razões para não chorar
A primeira pessoa que vou buscar inspiração a respeito da morte é o famoso cartunista brasileiro, Ziraldo, que tem uma visão da Morte muito interessante (ele a grafa assim mesmo, em letras maiúsculas). Ele passou a ter essa visão da Morte quando morreu um ente muito próximo e muito querido dele.
Em seu livro pouco conhecido, “O Aspite”, Ziraldo pergunta: “Pode haver coisa mais antiga (do que a Morte)? Ela nasce com você. Viver é ir, aos poucos, construindo a Morte”. “Por que”,continua Ziraldo, “nós não nos acostumamos com a Morte, esta coisa tão antiga, tão habitual, tão corriqueira?” (pgs.37 e 38).
E depois de falar da enorme tristeza que a Morte lhe causou, levando um ente muito querido dele, tanto que ele achava que seria impossível se recuperar de tamanho golpe, ele diz que existem duas razões “escondidas no coração do ser humano”,para que os seres humanos não sofram para sempre a perda de alguém querido.
“Vamos à primeira razão. Aceitemos que (…) a Morte seja o fim de tudo (…) inclusive morre a alma. Se é assim que a coisa se passa, nós não temos que chorar por nosso morto. Ele não está sofrendo. Ele descansa em paz, como quem sonha um sonho profundo”.
“Se, por outro lado, nós acreditarmos que nossa Morte é apenas o fim da nossa Vida na Terra (…) o ser amado está ali, nos vendo, velando por nós, esperando por nós para a conversa definitiva”(…) “Essa certeza, quando existe, inunda nossa Vida de luz”
“Por que pararam de chorá-los, por que se conformaram? (Os que perderam algum ente querido):
Ziraldo conclui: ” Porque sabem (…) que temos duas razões para não chorar” (pgs.39-40).
_Leia:
Da mesma forma que Ziraldo, eu também já perdi pessoas muito próximas e muito queridas. Minha fé num reencontro, porém, é muito grande, o que minimiza a dor da perda de tais parentes e amigos que já partiram.
Acreditar é uma escolha que fazemos
Ao contrário do que muita gente pensa, nós escolhemosacreditar ou não numa vida após a morte.
É exercendo a fé num Ser superior, Criador de todas as coisas, e confiando na sabedoria infinita Dele, que podemos ter a esperança de que todos nós nos reencontraremos um dia, num lugar bem melhor do que esta vida terrena.
Esta vida mortal, com seus inúmeros desafios, que nos testam até nosso limite, é uma grande provação, um teste e um grande “curso”, cujo “dia de formatura” é a morte. E de acordo com o que nos tornarmos até o dia de nossa morte, teremos mais ou menos vantagem no mundo porvir.
A maioria da humanidade acredita, eu inclusive, cada um ao seu modo, que a morte não é o fim de nada.
Acredito sinceramente que a morte não é o fim, mas sim que depois dessa vida mortal, algo muito maior e muito mais sublime nos espera do outro lado.
E se não podemos ter ainda tal fé, que pensemos como o Ziraldo, e quando nos defrontarmos com a morte de alguém, que lembremos de “que temos duas razões para não chorar”.
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