Senado aprova projeto que proíbe gordura trans. Veja os 5 perigos dessa gordura
A gordura trans é um veneno para o corpo, pois propicia o surgimento de diversas doenças, a maioria fatais.
Stael Ferreira Pedrosa
No dia 26 de abril passado, o Senado brasileiro proibiu o uso de gordura trans nos alimentos. O projeto da senadora Marta Suplicy (PMDB/SP) foi aprovado por unanimidade pelos senadores da Comissão de Assuntos Sociais.
E o que isso significa? O que é gordura trans? Qual o perigo que ela representa?
A gordura do mal
As gorduras transgênicas, ou hidrogenadas, são gorduras artificiais criadas pela indústria alimentícia a partir de óleos vegetais como soja, milho ou canola, introduzindo-se o gás hidrogênio. A gordura resultante desse processo tem a função de preservar e realçar o sabor de alimentos industrializados, como biscoitos, bolos, sorvetes, margarina, miojo, batata pronta para fritar, etc. Esses óleos, mesmo antes da transformação, já são altamente nocivos ao organismo, segundo vários médicos e nutrólogos. Quando são então transformados em gordura trans, tornam-se ainda pior. Para o Dr. Patrick Rocha, as gorduras trans são o “Frankenstein” dos óleos, ou seja, uma versão piorada do que já é ruim.
O Dr. Rocha ainda aponta as gorduras trans como “veneno para o corpo”. Entre os malefícios dessa gordura estão:
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Danos ao metabolismo que dificultam a perda de peso
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Inflamação subclínica crônica, que em longo prazo causam diabetes, obesidade, infarto, derrame, artrite e até câncer
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Aumento do colesterol ruim
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Depressão
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Danos nas membranas celulares
Por isso, desde 2006 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu a obrigatoriedade da indicação no rótulo dos produtos da quantidade de gordura trans presente em cada produto. O Ministério da Saúde, a exemplo de países como Suíça e Dinamarca, também tenta acabar com a utilização dessa gordura.
Finalmente, em 2017, o Senado aprovou o fim do uso dessa gordura nociva nos alimentos industrializados. Porém, segundo pesquisadores, a indústria sempre encontra um meio de burlar a lei trazendo o ingrediente com nomes diferentes como gordura vegetal ou gordura vegetal hidrogenada, que são exatamente a mesma coisa – gordura trans. Veja a lista dos nomes utilizados para disfarçar o uso da gordura trans, segundo o Ministério da Saúde:
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Gordura vegetal
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Gordura de vegetal de girassol
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Gordura vegetal de soja
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Gordura de soja parcialmente hidrogenada
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Gordura hidrogenada
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Gordura hidrogenada de soja
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Gordura parcialmente hidrogenada
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Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada
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Gordura vegetal hidrogenada
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Gordura vegetal parcialmente hidrogenada
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Hidrogenada
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Margarina vegetal hidrogenada
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Óleo de milho hidrogenado
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Óleo vegetal de algodão
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Soja e palma hidrogenado
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Óleo vegetal hidrogenado
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Óleo vegetal líquido e hidrogenado
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Óleo vegetal parcialmente hidrogenado
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Creme vegetal
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Composto lácteo com gordura vegetal
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Margarina
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Margarina vegetal
Com o intuito de evitar esse problema, o projeto aprovado pelo Senado estimula o desenvolvimento de novas tecnologias nesse sentido, pedindo o apoio governamental para as empresas que investirem na pesquisa de novos produtos não nocivos para substituir as gorduras trans e saturadas no processo de fabricação alimentícia.
O papel do consumidor
Se as pessoas não compram, o comércio não vende, as indústrias não produzem. É necessário que cada consumidor se conscientize da importância de ler os rótulos dos alimentos industrializados. Além de uma série de substâncias nocivas como açúcar e conservantes que o mercado já nos empurra, verificar também a presença da gordura vegetal hidrogenada que é de todos o pior vilão.
Segundo o Ministério da Saúde, existe uma brecha na lei de 2006 que permite que o rótulo traga como zero gordura trans, se a quantidade presente no produto comercializado for igual ou inferior a 0,2 gramas por porção. Ou seja, o rótulo diz zero, mas na verdade, em um pacote de 10 biscoitos podem ser encontrados até 2 gramas de gordura trans.
É, portanto, papel do consumidor, fiscalizar os rótulos e boicotar os produtos que apresentem gordura trans em todas as formas possíveis. A informação ainda é o melhor caminho.