Vendedora posta imagens fortes após ser agredida pelo namorado e deixa recado para as mulheres
"E assim termina a realização de sonho de dividir o mesmo teto com a pessoa a vc ama..."

Stael Ferreira Pedrosa
Carla Regina Januário, de 29 anos, é uma vendedora, moradora de Votuporanga, São Paulo. Há dois anos e 4 meses ela conheceu alguém por quem se apaixonou e que mais tarde se tornaria seu agressor.
A história de Carla não é incomum, especialmente no Brasil onde mais de 12 mil mulheres são agredidas todos os dias. São 503 a cada hora. Agressões que destroem relações, planos, autoestima, famílias e tira a vida de mulheres no Brasil.
Carla é o retrato comum da mulher brasileira na atualidade. A cada momento nos noticiários vemos as mesmas notícias: Agredida ou assassinada pelo marido ou companheiro. No desabafo de Carla, podemos ver a nós mesmas em nossos cotidianos:
“E assim termina a realização do sonho de dividir o mesmo teto com a pessoa que você ama, seus sonhos, suas conquistas e até seus defeitos. Você fica sem chão, não sabe o que fazer e se pergunta o porquê de tudo isso estar acontecendo. Por vezes, perde até a vontade de viver. Se sente um lixo, um nada. Uma dor profunda, que dói na alma.”
Carla foi agredida por seu namorado (não identificado) e postou nas redes sociais o seu rosto terrivelmente machucado e a sua alma ferida. Postou seu sofrimento, o relato de um relacionamento abusivo, enfim, o retrato da mulher no Brasil atual.
O caso foi denunciado à polícia que prendeu o agressor, mas como sempre, ele prestou depoimento, pagou fiança (1 salário mínimo). E, como era de se esperar, irá responder em liberdade.
O que fazer nesses casos?
Nas fotos, Carla mostra um rosto agredido com um lábio inchado e olho direito machucado. Não se parece com a linda moça das outras fotos. No entanto, seu gesto traz um significativo apelo: conscientizar as mulheres da necessidade de denunciar seus agressores. Em suas palavras:
“Desculpem pelo desabafo, mas se você, mulher, estiver passando por isso, é hora de acordar. Diga ‘não’ a qualquer tipo de violência.”
Até agora a publicação de Carla tem 2,8 mil reações, 200 compartilhamentos e vários comentários de amigos, parentes e até desconhecidos que se solidarizam com a moça.
Segundo as autoridades, o caminho certo é a denúncia:
“A primeira coisa é ir à delegacia mais próxima e registrar um Boletim de Ocorrência. Em todos os casos de violência, é recomendado que a vítima procure uma delegacia o quanto antes, para que os indícios e marcas da agressão não sumam, assim, haverá mais provas.”
Em seguida o delegado deve oferecer medidas protetivas de emergência que são: retirar o agressor do lar e estabelecer uma distância mínima que o agressor deve ficar da vítima e, em seguida (onde a lei falha), encaminha a vítima para um abrigo de endereço secreto.
O que pode atrapalhar o inquérito, na maioria das vezes, é a ausência de testemunhas (quando não há evidências físicas da agressão, o arrependimento e retirada da queixa por parte da vítima, em caso de ameaça ou injúria, agressão verbal, etc., o que não é possível em caso de lesão corporal.