7 coisas inesperadas que aprendi do jeito mais difícil após o divórcio

O divórcio me pegou desprevenida, e a necessidade fez com que eu aprendesse algumas coisas à marra!

Erika Strassburger

Aprendi algumas coisas bem difíceis após meu divórcio. Gostaria de compartilhá-las com vocês:

1. Onde foi que eu errei?

Depois de um casamento fracassado, ainda que se tenha sido vítima das circunstâncias, é impossível não se questionar: “Em que parte do processo de escolha eu errei?”, “Por que não dei a devida importância aos sinais tão claros de que não daria certo?”, “O que eu poderia ter feito, como cônjuge, para impedir que as coisas chegassem nesse ponto?”.

Esses e outros questionamentos surgem inevitavelmente, ainda que tarde demais, e nos ajudam a refletir sobre as escolhas passadas, e servem de alerta para futuras escolhas.

2. Essa supermãe que as pessoas veem em mim simplesmente não existe!

Penso que os pais que têm a guarda dos filhos se sintam da mesma maneira.

Eu sempre ouço meus amigos afirmando que sou uma supermãe, um exemplo, cheia de garra e de coragem etc. Às vezes é bom ouvir essas coisas, mas é impossível não lembrar que eles não estão me julgando adequadamente. Eu não sou tudo isso! Eu falho, e muito! Estresso-me, choro, sinto-me sobrecarregada muitas vezes, altero o tom da voz quando estou nervosa. É uma barra ter que resolver tudo sozinha! Eu sou somente uma mãe e não “pãe”. E nem quero ser, porque nenhuma mulher substitui a figura masculina na vida dos filhos.

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3. Eu achava que tinha muito para fazer quando era casada, mas agora..

Eu vivia me gabando da dona de casa atarefada e exemplar que eu era. De fato, eu tinha muita coisa para fazer, mas agora! Minha nossa! É praticamente tudo nas minhas costas: trabalho, casa, roupas, filhos, quintal, cachorros…

Confesso que muitas vezes a louça fica na pia, a casa por varrer, as ervas daninhas crescem descontroladamente no quintal e as camas por arrumar. Às vezes, quando meus filhos chegam da escola, eu distribuo entre eles algumas tarefas. Eles me ajudam no básico. Ainda assim, qualquer ajuda é muito bem-vinda. Porém, pouco tempo depois de tudo estar em ordem, adivinha? Está tudo fora do lugar de novo! Posso repetir as tarefas como fazia quando era casada? Não, porque agora minha prioridade é o ganha-pão.

4. Nem tudo sai como planejado, principalmente no quesito “novo amor”

Depois da minha separação, eu tinha mil planos em mente. Iria esperar meu divórcio sair e refazer a minha vida. Estava tudo esquematizado: “Achar um cara legal, dar uma vasculhada básica na vida dele, para me certificar que está tudo em ordem, namorar e casar de novo! Meus filhos precisam de uma figura masculina em casa e eu mereço uma segunda chance!”.

Mas o tempo foi passando, deixei passar uma oportunidade aqui, não valorizei outra ali, ignorei outra acolá. Seis anos e meio se passaram e nada! E quando eu penso nisso, confesso, sinto uma preguiça! Cadê aquele pique de antes? Será que é a idade? Ou tenho tanta coisa para fazer e acaba não sobrando tempo para isso?

5. Uma visitante indesejada: a solidão

Ninguém se sente confortável em confessar que sente solidão. Eu só vou confessar porque ela é uma visitante esporádica, tá certo? Também, com três filhos supercarinhosos em casa, não é fácil sentir solidão. Mas abraços e beijos carinhosos de filhos não substituem abraços e beijos românticos de um homem.

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Então, sim, de vez em quando me dá vontade de estar casada novamente. E sim, tem horas que eu penso seriamente nisso!

6. Por que é tão difícil encontrar um candidato que se encaixe no perfil?

E quando bate a vontade de se casar, gente do céu! Pode até parecer piada, mas é bem assim que funciona a nossa cabeça (pelo menos a cabeça das mulheres RESPONSÁVEIS e com filhos).

Depois de um casamento desfeito, quem vai querer embarcar em outra furada? Então, por medida de segurança, a gente faz mentalmente (às vezes até passa para o papel para não esquecer) uma lista do que é aceitável ou não no candidato à vaga (do coração, para não parecer uma escolha tão racional):

  • Não precisa ser bonito, mas tem que ser atraente.

  • Não precisa ser rico, mas autossuficiente.

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  • Precisa querer crescer na vida, mas sem ambição desmedida (não é um poema, ok?)

A lista é longa – inclui simpatia, bom-humor, fidelidade, honradez, inteligência, paciência, lealdade, bondade etc. – é melhor parar por aqui. Só quero mostrar como nos tornamos tão exigentes depois do divórcio! Não é porque nos achamos bons demais para o outro, mas é por querer acertar de verdade da próxima vez.

7. Os divorciados cristãos, especialmente as mulheres, são alvos dos mais duros julgamentos

Como cristã, eu não poderia deixar de fora algo que acontece frequentemente aos divorciados em muitas igrejas cristãs. Isso nunca aconteceu comigo, menos ainda na igreja em que congrego, porque tal visão não faz parte da nossa crença. Mas sinto-me consternada quando vejo isso acontecer a outras pessoas.

Tenho visto, no ambiente virtual, ataques implacáveis e ofensas contra cristãos que optaram pelo divórcio, especialmente contra aqueles que cogitam um novo casamento. Muitos, nesse meio, defendem a insolubilidade do casamento, independente do que tenha acontecido entre o casal, e condenam um segundo casamento.

Pois bem, apesar de ser uma defensora ferrenha do casamento e da família, tenho plena convicção de que Deus jamais se oporia ao divórcio quando há traição, violência ou qualquer tipo de abuso físico ou psicológico. Ele jamais imporia a insolubilidade do casamento em casos graves. Pelo contrário, Ele ama Seus filhos e quer a sua felicidade e segurança.

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Da mesma maneira, Ele não deseja solidão eterna para seus filhos. Quando transmitiu as chaves ao Apóstolo Pedro, Jesus disse que TUDO o que Pedro ligasse na terra, seria ligado no céu. E TUDO o que ele desligasse na terra, seria desligado no céu. (Mateus 16:19)

Podemos ser ligados (unidos) uns aos outros em casamento na terra, e esse casamento é reconhecido no céu. Pela mesma autoridade, podemos ser desligados uns dos outros. Se formos desligados, o casamento já não existe, nem na terra, nem no céu. Portanto, não somos mais casados perante Deus.

Passar por um divórcio, especialmente quando há filhos envolvidos, é uma das piores experiências pelas quais uma pessoa pode passar na vida. Mas, como de tudo na vida, pode-se tirar dela grandes lições, sendo as maiores delas aprender com os próprios erros e aprender a confiar na própria intuição. Seguir nossa intuição pode evitar muitos problemas futuros, principalmente ver um novo relacionamento ruir.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.