Ficar ou se sentir sozinho pode matar, assim como a obesidade

A solidão é tão mortífera quanto a obesidade, segundo pesquisas.

Michele Coronetti

Muitos transtornos são causados pelo excesso de gordura no organismo. A obesidade tem sido responsável para o desenvolvimento de doenças sérias como câncer, diabetes, infartos e AVC (acidente vascular cerebral). A busca pela conscientização para evitar o excesso de peso é realizada pelos governos de muitos países que tentam mudar a taxa de mortalidade que é causada indiretamente pela obesidade.

Se estar acima do peso é algo preocupante para os órgãos governamentais e uma batalha tem sido travada para mudar hábitos e preservar a saúde da população economicamente ativa, uma outra descoberta pode causar muito espanto. Estar ou se sentir sozinho é tão prejudicial para a saúde quanto a obesidade.

Cientistas da Universidade de Brigham Young, nos Estados Unidos, alertaram para esse item que tem causado mortes prematuras. Para chegar a essa conclusão, um longo e abrangente estudo foi realizado.

Na primeira parte do estudo, 300 mil pessoas foram analisadas e a conclusão foi muito simples: aqueles que mantinham bons relacionamentos interpessoais têm 50% a mais de chances de não morrer antes do prazo definido pela natureza quando comparados com os que eram solitários.

A definição de solidão utilizada pelos pesquisadores é a de falta de conexão emocional com pessoas do convívio. Isolamento social é a falta de contato com as pessoas. Estes dois itens mostraram uma taxa alarmante de falecimento precoce semelhante à taxa da obesidade. E isso preocupou bastante a classe médica.

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Na segunda parte do estudo, 3,4 milhões de voluntários foram analisados e novamente o risco de morte precoce para os que eram ou se sentiam sozinhos mostrou-se elevado novamente.

A solidão pode ser responsável por problemas de saúde como o endurecimento das artérias, que eleva o risco de desenvolver pressão alta, inflamações pelo corpo, inclusive no coração, câncer, AVC e infarto, além de problemas de memória e aprendizagem.

O organismo de uma pessoa solitária interpreta que suas defesas devam se concentrar nas bactérias e as outras áreas são esquecidas. Vírus e inflamações estarão livres para adentrar e fazer alguns estragos. E como se torna cíclica, ou seja, a pessoa fica doente, infeliz e insegura, ela acaba se isolando ainda mais, tornando assim a solidão um item mortal.

Algumas pessoas têm maior tendência ao isolamento e especialistas podem auxiliar na mudança do quadro e melhora nos relacionamentos. Neste artigo estão algumas maneiras que podem ajudar a pessoa a mudar seu ponto de vista e deixar o isolamento e a solidão no passado:

1. Manter a mente ocupada

Realizar tarefas agradáveis ou iniciar bons projetos no tempo livre pode garantir satisfação pessoal e ainda apresentar pessoas que têm interesses em comum.

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2. Mudar a atitude

Deixar de ficar só na frente da TV ou do celular e sair um pouco fará muito bem. Só de ver pessoas na rua o cérebro recebe estímulos de sociabilidade.

3. Buscar amigos que realmente o amam

Não adianta requerer a atenção de pessoas sugadoras que tentarão se aproveitar do momento de fraqueza. Pessoas positivas e que realmente se importam devem ser localizadas e bons momentos passados com elas.

4. Pensar menos em si e mais nos outros

Não é esquecer de si mesmo, mas fazer algo por outras pessoas, pensar sobre os problemas alheios e ter gratidão pelo que é e tem. Pensar sempre e a todo instante sobre seus próprios problemas traz solidão.

5. Refletir sobre a origem da solidão

A ajuda de um especialista pode ser necessária. Encontrar o motivo do isolamento e trabalhar para superar.

Trabalhando sentimentos vazios e solitários, além de prolongar a existência e evitar a morte, os dias serão mais leves e divertidos, encontrando um real sentido nos relacionamentos e na vida.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.